Petição pela vacinação obrigatória já tem mais de 10 mil assinaturas

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USACE Europe District / Flickr

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Mais de 10.500 pessoas assinaram a petição pública que defende a vacinação obrigatória no caso das vacinas do Programa Nacional de Vacinação (PNV).

Segundo texto da petição, os signatários, entre os quais médicos e outros profissionais de saúde, defendem que “é cada vez mais importante alertar as pessoas para a necessidade de vacinar as crianças”, depois de, na semana passada, ter morrido a jovem de 17 anos com sarampo, internada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.

De acordo com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, “a jovem não estava protegida do ponto de vista imunitário”.

Para defender a obrigatoriedade das vacinas incluídas no PNV, os signatários da petição, lançada há uma semana, lembram que “estas mesmas crianças não vacinadas (…) podem ser foco de infeção para quem tem um sistema imunitário fraco ou para quem não pode ser, de todo, vacinado”.

“Porque não queremos voltar a temer doenças como a tuberculose, o sarampo, a escarlatina ou a tosse convulsa (…), vimos pedir que seja pensada a obrigatoriedade da vacinação de todas as crianças – e apenas das vacinas que constam do Plano Nacional de Vacinação, que sabemos ser um dos mais robustos da Europa”, defende a petição.

Na segunda-feira começou a Semana Europeia da Imunização, sob o lema “Vacines Work” (vacinas funcionam) e, no seguimento desta campanha, a Associação Respira aliou-se à Fundação Portuguesa do Pulmão e ao Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar para lançar hoje o Movimento de Doentes pela Vacinação.

O comissário europeu para a Saúde, Vytenis Andriukaitis, reiterou na segunda-feira que as vacinas são uma das vias mais seguras para prevenir doenças e que a descrença na imunização é “uma ameaça que não pode ser ignorada“.

“As vacinas são uma das formas mais seguras e economicamente mais eficazes de assegurar a saúde pública e de prevenir doenças evitáveis”, disse Andriukaitis, num comunicado divulgado no âmbito da Semana Europeia da Imunização.

A declaração, assinada conjuntamente com a diretora para a Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS), Zsuzsanna Jakab, sublinha que “os mitos antivacinação e a falta de conhecimento podem levar as pessoas a recusar as vacinas, o que, por sua vez, pode abrir a porta para surtos de doenças“, sustentando que “a diminuição da confiança pública na imunização é uma ameaça séria que não pode ser ignorada”.

Um dos exemplos apresentados é o do sarampo, que matou cerca de 2,6 milhões de pessoas por ano até à larga difusão da vacinação, em 1980.

Segundo uma informação divulgada na segunda-feira pela DGS, em Portugal foram notificados este ano 87 casos de sarampo, dos quais 24 confirmados e outros 12 estão ainda em investigação.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Dezoito países europeus foram incluídos numa lista de regiões com transmissão endémica de sarampo, segundo os dados do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças.

// Lusa

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