Estudo descobre perigo escondido da aspirina

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Os pacientes com fibrilhação auricular que tomam aspirina ao mesmo tempo que tomam anti-coagulantes têm um maior risco de sofrer hemorragias.

Um novo estudo publicado na JAMA Network Open descobriu um risco escondido na toma da aspirina para quem já toma medicamentos anti-coagulantes. A pesquisa descobriu que o risco de hemorragias aumenta significativamente quando tomam a aspirina ao mesmo tempo que são medicados com anti-coagulantes.

A amostra incluiu 6700 pacientes que estavam a ser tratados devido a coágulos no sangue e fibrilhação auricular — um tipo de arritmia cardíaca em que existem batimentos cardíacos muito irregulares, e habitualmente rápidos, com 80 a 160 batimentos por minuto, e que está associado a um maior risco de AVC. Estima-se que cerca de 200 000 a 250 000 indivíduos tenham fibrilhação auricular em Portugal.

Os pacientes tomaram aspirina em conjugação com a varfarina, um anti-coagulante comum. “Sabemos que a aspirina não é uma panaceia como se pensava e pode, de facto, levar a mais hemorragias em alguns desses pacientes, por isso trabalhamos com as clínicas para reduzir o uso de aspirina entre pacientes que não precisam de a tomar”, explica Geoffrey Barnes, autor principal do estudo.

A toma de aspirina caiu 46,6% durante o período de análise e o risco de complicações causadas por hemorragias caiu 32,3% por causa disto. Isto traduz-se em menos uma grande hemorragia por cada 1000 pacientes que deixaram de tomar o fármaco.

“Quando iniciamos este estudo, já havia um esforço dos médicos para reduzir o uso de aspirina, e as nossas conclusões mostram que acelerar essa redução previne complicações hemorrágicas graves o que, por sua vez, pode salvar a vida dos pacientes“, refere Barnes.

Esta não é a primeira pesquisa a apontar para um possível perigo da toma de aspirina para estes pacientes. Um estudo anterior descobriu que quem tomava varfarina e aspirina tinha mais hemorragias e mais visitas às urgências do que quem só tomava varfarina. Os resultados foram semelhantes para quem tomava aspirina e anti-coagulantes orais, escreve o SciTech Daily.

Para algumas pessoas, a aspirina pode salvar vidas. Muitos pacientes com histórico de AVC, ataque cardíaco ou um histórico de doenças cardiovasculares beneficiam da medicação. O desafio surge quando algumas pessoas tomam aspirina sem o histórico de doenças cardiovasculares ao mesmo tempo que tomam anti-coagulantes.

ZAP //

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