Roch Kaboré decidiu deixar o cargo depois do golpe de estado. Um tenente-coronel passa a liderar o país.
Os militares já tinham anunciado que as coisas iam mudar a nível político, no Burkina Faso, e agora surge a confirmação: o presidente demitiu-se.
O anúncio da demissão foi dado nesta terça-feira, através de uma carta de Roch Kaboré, que era o presidente do país africano desde 2015.
“Pelo interesse da nação, na sequência dos acontecimentos de domingo, decidi demitir-me das minhas funções de Presidente, chefe de governo e comandante supremo das Forças Armadas Nacionais”, informou o agora ex-presidente.
Esta foi a reacção de Roch Marc Christian Kaboré (que já terá escapado a uma tentativa de homicídio), depois das movimentações que se tornaram mais visíveis deste sábado passado.
No domingo houve motins de militares, reconhecidos pelo exército – que no entanto assegurou que estava tudo controlado.
Depois do recolhimento obrigatório, nesta segunda-feira o presidente foi detido pelos militares, que anunciaram – também pela televisão – que tomaram conta do poder no país. O Governo e o Parlamento foram dissolvidos, as fronteiras foram encerradas.
“Temos como único objetivo permitir ao país regressar ao caminho certo e reunir todas as forças para lutar pela sua integridade territorial e pela sua soberania“, explicou um porta-voz do até aqui desconhecido Movimento Patriótico para a Salvaguarda e Restauração.
Os militares consideram que há muito tempo que não se vive em segurança no Burkina Faso e, com apoio de muitos habitantes, queixavam-se da actuação do presidente Kaboré, que não conseguia unir os cidadãos locais.
Este golpe de estado, garante o movimento, não originou qualquer derramamento de sangue e decorreu sem qualquer episódio de violência física.
Para já, o líder do Burkina Faso é o tenente-coronel Paul Henri Sandaogo Damiba.