Pela primeira vez foi possível transmitir energia da órbita, através de uma estação de energia solar no Espaço, para a Terra.
A primeira experiência de transmissão de energia para a Terra a partir do espaço poderá conduzir a uma central de energia solar no Espaço dentro de 10 anos.
Segundo o NewScientist, uma central de energia baseada no espaço beneficiaria de uma maior exposição ao Sol, devido à ausência de nuvens e de atmosfera, bem como da capacidade de evitar a escuridão noturna.
No entanto, a dificuldade de conceber e fabricar estruturas suficientemente grandes para poderem ser úteis, mas suficientemente leves para serem lançadas por foguetões, tornou uma tal instalação impraticável.
Em janeiro do ano passado, no entanto, a equipa de Ali Hajimiri, investigador do Instituto de Tecnologia da Califórnia, deu um passo de gigante nesse sentido, lançando ao espaço a experiência Microwave Array Power Transfer LEO Experiment (MAPLE) .
Dois meses mais tarde, a MAPLE conseguiu fazer chegar à Terra os seus primeiros feixes de energia — dando uma prova de conceito.
Os resultados da experiência da equipa de Hajimiri foram agora apresentados, estando pré-publicados desde o fim do mês passado no arXiv.
A MAPLE consiste num conjunto leve de chips produtores de microondas que podem dirigir um feixe para um local específico, embora ainda não possa gerar essas micro-ondas a partir da luz solar.
A equipa descobriu que o MAPLE podia enviar 100 miliwatts de potência através do Espaço e reorientar rapidamente o feixe para novos locais.
Ao longo da experiência, a equipa tentou enviar energia para a Terra três vezes, recebendo apenas 1 miliwatt no solo de cada vez.
Um sistema totalmente funcional capaz de transmitir 100 megawatts, o suficiente para alimentar dezenas de milhares de casas, teria de ter uma dimensão de cerca de 1 km2, comparativamente com os cerca de 15 km2 do MAPLE.
“O tamanho do sistema é muitas ordens de grandeza mais pequeno do que o sistema que seria necessário utilizar para uma aplicação completa, mas a parte fundamental aqui é ter a tecnologia demonstrada no Espaço“, diz Hajimiri.