National Audubon Society
As aves interpretaram os dispositivos de localização como parasitas e rapidamente se ajudaram umas às outras a removê-los — um comportamento que só tinha sido observado uma outra vez.
Pequenos dispositivos de localização têm sido uma das estratégias dos cientistas para conseguirem descobrir mais sobre os comportamentos dos animais, incluindo dos pássaros. É desta forma como conseguimos, por exemplo, saber das mudanças nos seus padrões de migração com as alterações climáticas.
Mas há animais que não parecem muito interessados em avançar o conhecimento científico e preferem continuar a guardar os seus segredos, como nota o New Atlas.
Uma equipa de investigadores na Austrália reparou que um bando de pegas-rabudas que era alvo de um estudo removia os dispositivos imediatamente, num ato de altruísmo entre os animais desconhecido até agora.
Este fenómeno foi relatado num novo estudo publicado na Australian Field Ornithology, com a investigação a ser levada a cabo por ecologistas animais da Universidade de Sunshine Coast, que queria entender melhor os movimentos e dinâmicas sociais das pegas.
Para isto, a equipa criou um novo tipo de sistema de marcação que segura o dispositivo de localização no pássaro, permitindo-lhes usar um com uma bateria e uma memória suficientes, apesar do pequeno tamanho do animal.
Além disto, treinaram um grupo de pegas-rabudas para que estas usassem uma estação específica para se alimentarem onde a bateria podia ser recarregada e os dados podiam ser descarregados sem fios.
O localizador podia ainda ser retirado do sistema de marcação, que foi criado propositadamente para ser difícil de se remover e só ser retirado com um íman ou com tesouras. Os dispositivos pesavam menos de um grama e foram colocados com sucesso em cinco pegas.
Mas pouco tempo depois, já lá não estavam. Cerca de dez minutos depois, as pegas-rabudas começaram a retirar os dispositivos umas às outras, um comportamento raro que os cientistas chamaram “resgate” e que só foi observado apenas uma outra vez, com um grupo de rouxinóis nas Seychelles. Tudo indica que os pássaros acharam que os localizadores eram parasitas.
As pegas-rabudas são conhecidas pela sua inteligência, pelo que a sua capacidade para retirarem estes dispositivos criados especificamente para serem de difícil remoção são mais uma prova disso e da sua capacidade de resolverem os problemas de forma coletiva.
O nosso querido escritor José Cardoso Pires, na sua obra: “De Profundis…Valsa Lenta” fala-nos de uma experiência que teve “post mortem” e que se seguiu a um estado de coma, em consequência de um grave AVC .