/

Descoberta de pegadas fossilizadas em Espanha revela a existência de um “berçário” de elefantes

Neto de Carvalho et al, 2021

Pegadas fossilizadas foram encontradas numa praia no sul da Espanha e mostram o que pode ter sido o berçário de uma espécie extinta de elefantes.

O local costeiro, situado na região de Huelva, estava normalmente coberto por cerca de um metro e meio de areia, mas as ondas na primavera de 2020 lavaram grande parte dessa areia e expuseram as pegadas preservadas de antigos elefantes, gado, veados, porcos, lobos, pássaros aquáticos e até mesmo de neandertais, refere um estudo publicado a 16 de setembro em Scientific Reports.

Entre as descobertas recentes estão as primeiras pegadas de elefantes recém-nascidos de presas retas – Palaeoloxodon antiquus – uma espécie extinta que provavelmente morreu durante a última era glacial. “Esta é uma evidência muito rara em todo o mundo”, destaca Carlos Neto de Carvalho, principal autor do estudo.

As pegadas de elefantes desta espécie já tinham sido encontradas na Europa anteriormente, mas não incluíam sinais de bebés. As pequenas pegadas descobertas agora medem apenas 9,6 centímetros de diâmetro, o que sugere que estes elefantes tinham cerca de dois meses de idade.

A mistura de pegadas de elefantes no local, escreve o IFL Science, sugere que grupos familiares, incluindo recém-nascidos, jovens e fêmeas adultas, frequentavam a zona e possivelmente a usavam como berçário, referem os investigadores.

Neto de Carvalho indica que a utilização de berçários para cuidar das crias não é uma surpresa, uma vez que ainda nos dias de hoje os elefantes usam este método.

De acordo com o especialista, os elefantes da floresta africanos são conhecidos por criarem berçários para os seus filhotes – e com um lago cercado por vegetação e dunas de areia, a região terá sido o lugar perfeito para cuidar das crias que seriam muito novas para viajar em busca de alimentos.

Outros fósseis encontrados no local, incluindo aqueles que preservam vestígios de raízes antigas, sugerem que a área era rica em vegetação e recheada de lagos e lagoas.

As descobertas da equipa “são um estudo emocionante”, destaca Anthony Martin, um especialista em fósseis da Emory University em Atlanta que não esteve envolvido na pesquisa.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.