Pedro Adão e Silva lançou a ideia, Ferro Rodrigues não parece estar muito convencido e lembra o caso de Jorge Sampaio.
Ninguém, ou praticamente ninguém, comentava esse cenário. Até que Pedro Adão e Silva soltou a pergunta: e se Pedro Nuno Santos fosse o candidato do PS à presidência Câmara Municipal de Lisboa?
No seu espaço de opinião no Público, o ex-ministro da Cultura fala sobre um “mistério” entre os socialistas em relação à capital, na preparação para as eleições autárquicas deste ano.
O PS não tem um candidato, pelo menos oficialmente, e “custa a compreender este impasse” já que, defende, há vários possíveis candidatos socialistas à Câmara da capital.
Para Adão e Silva, só há uma explicação para este mistério: Pedro Nuno Santos estará a pensar apresentar uma candidatura à autarquia lisboeta. Ou seja, antes de ser novamente candidato a primeiro-ministro, seria candidato a presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Neste contexto, o antigo ministro lembra que Jorge Sampaio também era secretário-geral do PS quando passou a ser candidato a presidente da Câmara de Lisboa. E venceu.
Mas Pedro Adão e Silva tem noção dos vários riscos desta possibilidade. O primeiro deles é perder as autárquicas e o seu estatuto interno no PS ficar ainda mais fragilizado. Outro é ter um substituto à altura se houver legislativas antecipadas – e se Pedro Nuno estiver na Câmara.
Se o líder do PS não estiver a ponderar uma candidatura, “então começa a ser incompreensivelmente tarde para o PS apresentar um candidato vencedor a Lisboa. O que é imperdoável para os lisboetas”, avisa o socialista.
“É do norte”
Já Eduardo Ferro Rodrigues, sem querer “meter-se” no assunto, sublinha que é “fundamental as estruturas do PS terem um papel muito activo na escolha”.
Em relação a Pedro Nuno Santos: “Só faz sentido se ele estiver interessado nisso – e não deu sinais de estar”, reforçou, na RTP.
O antigo presidente da Assembleia da República fala numa “possibilidade teórica” e lembra que Pedro Nuno, natural de São João da Madeira, “é um homem do Norte, ao contrário do que acontecia com Jorge Sampaio, que era um lisboeta firme”.