Pedro Marques passou ao lado de uma carreira. Outrora uma promessa do futebol português, que passou pela formação do Real Madrid, o jogador está agora no futebol de praia do AD Buarcos 2017.
Conhecido no mundo do futebol como “Pedrito”, Pedro Marques é um nome que agora diz pouco aos portugueses, mas que chegou a ser um dos jovens mais promissores dos seus tempos. Depois de uma carreira de alguns altos e baixos, Pedrito ficou aquém das expectativas e é agora jogador de futebol de praia no AD Buarcos 2017.
Com formação na Naval, Sporting e Académica, foi do emblema da Figueira da Foz que deu o salto que muitos jogadores passam uma vida a sonhar. Em 2006, na véspera de completar 18 anos, o médio assinou um contrato de formação com o Real Madrid e
seguiu para a capital espanhola.
Em Madrid, juntou-se à equipa de juniores dos ‘merengues’, onde jogou com atletas de renome do futebol mundial. Dani Parejo, hoje no Valência, e Juan Mata, agora no Manchester United, são dois nomes com quem partilhou balneário e que se vieram a tornar internacionais pelo seu país.
Nas restantes temporadas, jogou ainda com Andreas Laudrup — filho do internacional dinamarquês Michael Laudrup —, Kamil Glik, Nacho Fernández, Denis Cheryshev, entre outros.
“Estou imensamente feliz. É um dos meus sonhos, jogar numa grande equipa da Europa”, disse Marques na altura, acrescentando, citado pela RTP, que o “reconhecimento” pelo seu trabalho “dá mais força e motivação para uma carreira” que, embora esteja “ainda a dar os primeiros passos”, deseja ser de “grande sucesso”.
Depois de Figo e ainda antes de Cristiano Ronaldo, Pedro foi dos primeiros portugueses a desbravar terreno na equipa do Real Madrid, apesar de nunca ter conseguido chegar ao plantel principal. O seu potencial era imenso, já realçava o seu antigo treinador dos juniores da Naval, Jorge Silva: “Acima de tudo, vejo um futuro muito auspicioso”.
“Já se viu grandes talentos perderem-se, mas pendo que, se ele continuar a ter formação, pode ir muito longe. Tem condições para isso e uma vontade muito grande de triunfar no futebol. Ele não pode embandeirar em arco. Se continuar a ter cabeça como teve este ano, tem muitas condições para ir longe”, disse, em 2006, ao Público.
O futuro acabou por revelar um fado diferente para o português. Depois de três épocas razoáveis no Real Madrid Castilla, Pedro Marques abandonou o clube em 2010, seguindo a sua aventura em Espanha ao serviço do humilde San Roque de Lepe, do terceiro escalão.
Acabaria por regressar a Portugal, em 2013, para uma curta passagem pelo Farense. Seguiu-se Angola, onde esteve dois anos no Recreativo do Libolo (e onde se sagrou campeão) e outro no Interclube.
Depois deste período afastado da Europa, surgiu uma nova oportunidade para Pedrito vingar no Velho Continente. O Beroe, da Bulgária, foi a prova de fogo para o outrora promissor camisa 17. Na altura, já com 28 anos, não foi capaz de se assumir no clube onde foi treinado pelo antigo técnico da Olhanense, o búlgaro Plamen Lipenski.
A passagem sem sucesso pela Bulgária, onde fez apenas dez jogos oficiais numa época e meia, trouxe-o — mais uma vez — de volta a Portugal. O médio criativo juntou-se ao Gil Vicente na temporada 2016/17, quando o clube ainda não estava na Primeira Liga e jogava no segundo escalão. Em nove partidas, não marcou qualquer golo.
Aquele que era visto como um sucesso garantido, acabou por ter uma carreira insossa no futebol. Hoje, tenta a sua sorte nas areias do AD Buarcos 2017, na sua terra natal. Este ano, chegou às meias-finais do Campeonato Nacional de Futebol de Praia, tendo perdido para o GD Chaves.