Socos, insultos e ambulância no Parlamento italiano. Partido de Meloni acusado de “squadrismo”

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Novos projetos de lei causaram o caos na Assembleia de Itália esta quinta-feira e um deputado teve de sair de cadeira de rodas. Oposição acusa Governo de extrema-direita de tentar aumentar desigualdades norte-sul na ‘bota’.

A falta de compromisso entre as forças políticas italianas em torno de novas e polémicas reformas assumiu novos níveis de conflito esta quarta-feira.

Em plena sessão plenária, alguns deputados entraram em acesos confrontos físicos que culminaram numa chamada de uma ambulância ao local. Um deputado, por indisposição, teve de ser levado ao hospital de cadeira de rodas para observação.

Ao mesmo tempo, a primeira-ministra Giorgia Meloni recebia Joe Biden, Rishi Sunak, Emmanuel Macron, Volodymyr Zelenskyy e outros líderes mundiais no sul do país para a cimeira anual do G-7.

Nas imagens da rixa, amplamente divulgadas pelas redes sociais, é possível ver um membro do partido da oposição, o Movimento 5 Estrelas, a levantar-se para dar uma bandeira de Itália a Roberto Calderoli, ministro dos Assuntos Regionais e da Autonomia. Quase do nada, o caos instalou-se no centro do Parlamento, com cerca de 20 pessoas a desatarem ao soco e aos berros.

“Não só levei vários pontapés, como também recebi um golpe muito forte no esterno e desmaiei. Já não conseguia respirar”, afirmou o legislador Leonardo Donno, que se aproximou do ministro com a bandeira na mão.

Segundo os media italianos, tudo se deveu a um projeto de lei que visa conceder mais autonomia fiscal às 20 regiões italianas, algo que a oposição diz que vai aumentar a histórica divisão e desigualdade entre o norte e o sul da ‘bota’.

Atualmente, cinco regiões — Trento e Tirol do Sul, Sicília, Friuli-Venezia Giulia, Aosta e a ilha da Sardenha —  são dotadas de autonomia, reduzindo as receitas fiscais devidas ao governo central de Roma. A bandeira entregue por Donno seria um símbolo da unidade italiana que a esquerda diz que Meloni e companhia vão destruir.

Os deputados de esquerda acusaram ainda Meloni e a extrema-direita de recorrerem ao “squadrismo” dos Camisas Negras de Mussolini, que comandou o  regime fascista dos anos 20 e 30.

“Foi uma loucura. O tipo de coisa que se espera de squadristi, disse ao La Repubblica o deputado de 38 anos de Puglia.

O projeto seguiu em discussão esta quinta-feira na Assembleia.

Tomás Guimarães, ZAP //

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1 Comment

  1. Quem detem o poder, deve usá-lo em prol da justiça. Russia invadiu a Ucrânia, tudo o que destruiu deve reparar e respeitar as fronteiras de cada país. A estabilidade ou instabilidade de cada país em determinado ponto da história. A China quando fraquejou, nós portugueses tomamos conta de Macau e em 1999 entrgamos o domínio. ainda hoje existe respeito. A Rússia acha que está em guerra com todos e se acha, a força dominadora por via do nuclear incutindo o medo. Digam o pais onde a Rússia entrou e hoje seja desenvolvido? JÁ Israel, a ONU, o Tribunal internacional, todos em conjunto deviam usar o poder que lhes foi conferido a quan a criação desse mesmo Poder.

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