O Governo do novo Presidente francês ultrapassa como prometido as barreiras da esquerda e da direita, com ministros que vão desde Os Republicanos ao Partido da Esquerda Radical, passando pelo Partido Socialista ou pelo Movimento Democrático, incluindo ainda várias figuras da sociedade civil.
Como prometido, existe ainda paridade de género, não contando com o primeiro-ministro Édouard Philippe: onze homens e onze mulheres. São nove ministros e dois secretários de Estado de cada sexo.
François Bayrou, do Movimento Democrático, concorreu a várias eleições presidenciais, mas este ano abdicou de o fazer a favor do centrista Macron, do En Marche!. Foi recompensado com a pasta da Justiça, sendo um dos três ministros de Estado. Os outros são o socialista Gérard Collomb, que fica com a pasta do Interior, e o independente Nicolas Hulot, célebre ecologista, que assume a Transição Ecológica e Solidária.
O antigo candidato às primárias de centro e direita, Bruno Le Maire, d’Os Republicanos, será o ministro da Economia. Além de Philippe e de Le Maire, o partido de direita será ainda representado por Gérald Darmanin, ministro da Ação e das Contas Públicas.
O campo socialista, além de Collomb no Interior (alegadamente foi o responsável pela aproximação entre Macron e Bayrou), terá Jean-Yves Le Drian (ministro da Defesa do ex-presidente François Hollande) como ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros.
Já o Movimento Democrático (MoDem), além de Bayrou, estará representado por Marielle de Sarnex, ministra responsável pelas Questões Europeias.
Do En Marche de Macron estão no governo Sylvie Goulard (antiga membro do MoDem), que será ministra das Forças Armadas (desaparece a denominação Defesa e regressa a usada pela última vez em 1974). Richard Ferrand (vindo do campo socialista), é o ministro da Coesão dos Territórios, enquanto outro antigo socialista Christophe Castaner será secretário de Estado responsável pelas relações com o Parlamento, além de porta-voz do Governo.
Já Mounir Mahjoubi, de origem marroquina, será secretário de Estado para o Digital. O empresário que apoiou a campanha de François Hollande em 2012, sendo nomeado mais tarde por ele para o organismo consultivo sobre o tema do digital. No passado foi militante socialista, mas desde janeiro está no En Marche!.
Representado no Governo está também o Partido Radical da Esquerda (de centro esquerda), através de Jacques Mézard, novo ministro da Agricultura, e Annick Girardin, que assume a pasta do Territórios Ultramarinos.
No total há dez ministros da chamada sociedade civil, sem ligação a um partido. Um deles é precisamente o ecologista Hulot, que tem uma fundação com o seu nome e é conhecido em França pela série de documentários Ushuaia. Hulot já tinha recusado propostas de anteriores presidentes.
Françoise Nyssen, CEO da editora Actes-Sud, será a ministra da Cultura. Laura Flessel, antiga campeã de esgrima, é a nova ministra do Desporto. Frédérique Vidal, que assume a pasta do Ensino Superior, é um professor universitário. Já Jean-Michel Blanquer, que já desempenhou funções como diretor-geral do Ensino, será o ministro da Educação.
A médica Agnès Buzyn, até agora presidente da Alta Autoridade de Saúde, assume a pasta das Solidariedade e da Saúde. Muriel Pénicaud, diretora-geral da Business France (a agência francesa equivalente à portuguesa AICEP), é a ministra do Trabalho. Marlène Schiappa, antiga bloguer, é secretária de Estado responsável pela Igualdade das Mulheres e dos Homens.
A ex-diretora de gabinete da Ségolène Royal, Élisabeth Borne, que desde maio de 2015 estava à frente da gestão dos transportes parisienses, será a ministra da Transição Ecológica responsável pelos Transportes. Sophie Cluzel, fundadora de várias associações de escolarização de crianças deficientes, será secretário de Estado para as Pessoas com Deficiência.
// Bom Dia