Carlos M. Almeida / Lusa
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“O Papa não está fora de perigo”. Este sábado, estava pior que na sexta-feira e “passou o dia numa cadeira”. Aos 88 anos, a apreensão é muita, mas há quem acredite que Francisco “vai querer oferecer a sua vida até ao fim”.
O Papa Francisco, internado no hospital Gemelli de Roma, passou uma noite tranquila e descansou, informou a sala de imprensa do Vaticano este domingo sem mais pormenores, apesar de se ficar a saber, este sábado, que o Sumo Pontífice se encontra em estado crítico, e que “de momento o seu prognóstico é reservado”.
Este domingo é já o 9.º dia de internamento para Francisco, que sofreu uma crise respiratória asmática prolongada, que também exigiu a aplicação de grandes fluxos de oxigénio, explicou o relatório médico divulgado no sábado à tarde.
O Papa recebeu também transfusões de sangue devido a um problema associado a anemia e encontrava-se com mais dores do que no dia anterior: “passou o dia numa cadeira“, segundo comunicado do Vaticano divulgado pela agência AP.
Além da crise asmática e da anemia, o Papa, que foi hospitalizado no dia 14 devido a uma bronquite, tem pneumonia em ambos os pulmões.
“O Papa não está fora de perigo”, garantiu o professor Sergio Alfieri numa conferência de imprensa na tarde de sexta-feira no insigne hospital romano onde o pontífice está a receber tratamento desde que foi hospitalizado.
“O verdadeiro risco nestes casos é que os germes passem para a corrente sanguínea”, causando uma septicemia potencialmente fatal, explicou então.
É por isso que, “por uma questão de precaução”, mesmo que esteja “ligeiramente melhor” e não esteja ligado a nenhuma máquina, deve ser mantido no hospital “pelo menos durante a próxima semana”, acrescentou perante uma multidão de jornalistas. Além disso, “serão necessários dias, ou mesmo semanas, para ver a eficácia […] das terapias que estamos a utilizar”, acrescentou.
Esta hospitalização, a quarta desde 2021, está a causar grande preocupação, uma vez que o Papa já se encontra debilitado por uma série de problemas nos últimos anos, que vão desde operações ao cólon e ao abdómen a dificuldades de locomoção.
Apesar da apreensão geral, há quem acredite que Francisco, hoje com 88 anos, “vai querer dar-se até ao fim“.
“Eu tenho a certeza que o Santo Padre, homem que é, a dar-se totalmente, vai querer dar-se até ao fim e vai querer oferecer a sua vida até ao fim. O melhor que fazemos é unirmo-nos a ele nesta sua vontade de oferecer a sua vida, e que saibamos imitá-lo naquilo que é a nossa vida, história, responsabilidades sociais, pessoais, profissionais, acho que a melhor maneira de honrar também o legado do Papa Francisco”, disse à Renascença o cónego Paulo Franco.
O Próprio Papa lembra: “estou confiante”.
Francisco garantiu que vai continuar a sua hospitalização e tratamento “com confiança”, no texto da oração do Angelus dominical.
ZAP // Lusa