Abdullah Kurdi contou que ficou encarregue da embarcação depois da pessoa responsável ter entrado em pânico. Outros passageiros que iam a bordo vêm agora dizer que a história não foi bem assim.
Na semana passada, Abdullah Kurdi, pai do menino sírio que se tornou um símbolo da crise dos refugiados, afirmou que ficou encarregue da embarcação que acabou por naufragar, depois de o capitão do barco ter entrado em pânico com as grandes ondas que se faziam sentir.
Mas agora, de acordo com informação avançada pela agência Reuters, outros passageiros que iam a bordo da embarcação contam o episódio de uma forma bastante diferente.
Ahmed Hadi Jawwad e a mulher são as vozes desta nova versão, a qual mostra que Abdullah estava organizado com os traficantes da embarcação e que esteve sempre encarregue de conduzir o barco.
O casal contou à agência que “Abdullah Kurdi entrou em pânico com uma onda e acelerou quando esta bateu no barco”, levantando algumas dúvidas quanto ao facto de haver realmente outra pessoa a dirigir o barco.
“A história que contou não é verdadeira. Não sei o que o fez mentir, provavelmente por medo”, indicou Jawwad à Reuters.
“Ele era o condutor desde o início até ao barco ter naufragado”, rematou.
Para além disso, o casal confirma não só que Abdullah lhes pediu para encobrir o seu verdadeiro papel no acidente mas também que era ele mesmo que estava a organizar a viagem.
Jawwad disse que o contacto com os traficantes foi feito através de um homem chamado Abu Hussein e que este lhe indicou o pai de Aylan.
“Abu Hussein disse-me que era ele quem estava a organizar a viagem”, garante.
Os dois iraquianos eram dois dos muitos refugiados que iam na embarcação que tentava alcançar a costa grega e, tal como o pai do pequeno Aylan, também perderam os dois filhos, uma rapariga de 11 anos e um rapaz com 9.
Através do jornal britânico Daily Mail, Abdullah Kurdi já veio desmentir as acusações.
“Pensei em dirigir o barco mas não cheguei a fazê-lo. São tudo mentiras”, defendeu-se.
“Se eu fosse um traficante de pessoas, porque haveria de colocar a minha família no mesmo barco como as outras pessoas? Eu paguei o mesmo valor do que os outros”, contou.
No entanto, Amir Haider, outro iraquiano que ia a bordo, confirmou a versão do casal à agência Reuters e identificou Kurdi como o único condutor.
ZAP
Ignoro a verdade dos factos. A minha dor vai toda para as pessoas que morrem, em particular os bebés e as crianças
Eu também ignoro. Mas quanto aos que morreram já não há nada a fazer.
Quanto aos que escaparam, sim. Saber toda a verdade.
E actuar em função disso.
Afinal era o traficante ? Embora não venha trazer nada de importante ao caso, devia ser investigado, quanto a traficante, eu chamava passador , como durante anos cá os tivemos tantos, o que não é a mesma coisa