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Cultura: quase metade dos espetadores não paga bilhete

foto: sxc

Quase 200 mil pessoas com emprego no setor cultural, o número mais alto (no mínimo) desde 2011.

O setor cultural empregou 187.700 pessoas em 2021, o que representou mais 46.500 trabalhadores do que em 2020, e o melhor saldo de emprego desde, pelo menos, 2011, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

No relatório anual estatístico de Cultura, o INE indicou que as 187.700 pessoas empregadas no setor cultural e criativo em 2021 representaram 3,9% do emprego total e aquele valor é o mais elevado desde 2011 (111.500 trabalhadores), sem que haja dados anteriores.

Segundo o INE, em 2021, o volume de negócios das empresas do setor cultural e criativo aumentou 14,1%, subindo de 5,8 mil milhões de euros (ME) para 6,7 mil ME.

A remuneração bruta mensal média por trabalhador na Cultura foi de 1.363 euros em 2021, ou seja, verificou-se um aumento de 4,5% face a 2020.

Em 2021, registou-se um ligeiro aumento de resultados da atividade cultural face a 2020, ano de maior paralisação do setor por causa da covid-19, mas ainda assim os dados estão substancialmente abaixo de 2019, pré-pandemia.

De acordo com o INE, os espetáculos ao vivo realizados em 2021 – como concertos e sessões de teatro e dança – contabilizaram 3,6 milhões de espectadores, quando em 2020 tinham sido 2,5 milhões de pessoas.

Quanto a receitas de bilheteira, em 2021 os espetáculos ao vivo geraram 28 milhões de euros, ou seja, tiveram um aumento de 12,3% comparando com 2020, ano em que a faturação total foi de 24,9 ME.

Recuando a 2019, nesse ano, os espetáculos ao vivo foram vistos por 16,9 milhões de espectadores e geraram 125,3 milhões de euros de receitas.

Segundo o INE, em 2021, dos 3,6 milhões de espectadores contabilizados, dois milhões pagaram bilhete.

E, em 2021, os bilhetes para os espetáculos ao vivo eram 3,6 euros mais baratos. O preço médio dos bilhetes vendidos desceu de 17,8 euros em 2020 para 14,2 euros em 2021.

O INE revela ainda dados provisórios sobre edição de livros em Portugal, com base no número de depósito legal, indicando que em 2021 foram impressos e editados 10.873 livros (+17,2%), correspondendo a um total de 8.200 autores.

Sobre a utilização de tecnologias de informação, em 2021 houve uma ligeira quebra de consumos face a 2020, ano em que os portugueses estiveram mais ligados à Internet por conta de períodos de confinamento em pandemia.

Segundo as estatísticas de consumos ‘online’, no ano passado, 81,3% dos utilizadores de Internet leram notícias (em 2020 tinha sido 85,7%) e 69,0% ouviram música (70,1% em 2020) pela Internet.

Em 2021, foram vendidos 108,5 milhões de exemplares de jornais, revistas e outras publicações em papel e em suporte eletrónico, o que representa uma quebra de 10,5% face ao ano anterior.

Do total das 888 publicações periódicas contabilizadas pelo INE, 55,3% foram difundidas em suporte papel e eletrónico simultaneamente.

“Este tipo de suporte tem vindo a ganhar importância: representava 19,4% em 2007, o primeiro ano para o qual existe informação”, afirma o INE.

Em 2021, houve um aumento de 18,2% nas exportações de bens culturais, para um total de 199,5 ME, mas também se importou mais cultura, atingindo 408,1 ME (aumento de 15,9%), o que significa que a balança comercial continua com saldo negativo, para um total de 208,7 milhões de euro.

No ano passado, as câmaras municipais afetaram 491,4 milhões de euros a despesas com atividades culturais e criativas, o que representa um aumento de 4,5% face a 2020.

// Lusa

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