Há um outro rio no Porto além do Douro (mas poucos sabem por onde passa)

Roberto Saltori / Flickr

Ponte D.Luís sobre o Rio Douro, no Porto, ao por do sol

O Rio Frio, que até ajudou os portugueses a resistir contra as invasões francesas, continua a fluir em canos subterrâneos no Porto.

Embora muitos não saibam, o Douro não é o único rio que banha o Porto. A Invicta é também o lar de um rio subterrâneo escondido chamado Rio Frio. Este rio histórico foi encanado à medida que a cidade crescia, mas ainda é visível através de várias fontes, bicas e chafarizes.

Com origem nas proximidades da Rua da Torrinha, o Rio Frio tinha um percurso que passava pelo atual Hospital de Santo António e abastecia o Chafariz das Virtudes, antes de desaguar no Douro. A necessidade de acomodar o crescimento da cidade e as infraestruturas modernas levou ao seu encanamento, tornando-o praticamente invisível sob ruas e os edifícios.

Apesar da sua invisibilidade, o Rio Frio tem uma importância cultural e histórica significativa para o Porto. Foi utilizado para diversas atividades, desde a rega de hortas até abastecer fontanários e, surpreendentemente, teve um papel defensivo contra as invasões francesas, sendo um obstáculo natural na zona de Miragaia.

Hoje, o legado do Rio Frio vive através das fontes e chafarizes que uma vez alimentou. Entre os mais notáveis estão a Fonte do Bicho, construída em 1821; o Chafariz das Virtudes, datado de 1619; a Fonte da Porta do Olival, erguida em 1756; e a Fonte das Oliveiras, que recebeu água do rio até 1916. Estes monumentos são testemunhos da importância deste rio escondido e oferecem uma janela fascinante para a história da cidade.

O Rio Frio não está sozinho nesta peculiaridade. Outros rios e ribeiras, como o Rio Tinto e a Ribeira de Aldoar, também fluem escondidos sob o solo do Porto, cada um com sua própria história e significado.

Este rio subterrâneo é um tesouro esquecido que convida à exploração. Embora permaneça oculto, os vestígios que deixou na forma de fontes e chafarizes são um lembrete tangível da sua importância cultural e histórica na Invicta.

Adriana Peixoto, ZAP //

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