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Os vampiros não existem, mas que os há, há

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Nos dias que correm, há muitas pessoas que fazem do sangue humano uma “refeição” habitual.

Parece uma história saída de um filme de terror mas é uma realidade vivida um pouco por todo o mundo, conta a BBC.

O investigador na Universidade Estadual do Louisiana John Edgar Browning decidiu ir até à cidade norte-americana de New Orleans para perceber melhor este estranho fenómeno.

Antes de conhecê-los pessoalmente, o americano acreditava que estes “vampiros” eram apenas pessoas com crenças estranhas mas, ao oferecer-se como dador de sangue, mudou radicalmente a sua opinião.

“Nos Estados Unidos, há milhares de pessoas que o fazem, portanto não acho que isto seja uma coincidência ou uma moda”, afirma Browning.

A partir desse encontro, o investigador conheceu um grande grupo de “vampiros”, cada um com a sua personalidade. Apesar de alguns usarem próteses nos caninos e até dormirem em caixões, a maioria não se revê nem se interessa pelos vampiros da ficção. Na verdade, são cidadãos comuns como todos os outros.

“Os vampiros a sério não andam pelos cemitérios nem frequentam discotecas góticas”, conta um membro da comunidade que pediu para não ser identificado.

Esta comunidade vê no sangue humano uma solução fisiológica para uma doença que, além de um grande cansaço, lhes provoca fortes dores de cabeça, cólicas, enjoos, dores musculares e constipações.

Como seria de esperar, encontrar dadores de sangue para ajudar esta causa não é ainda uma coisa muito fácil mas a verdade é que ninguém morde o pescoço a ninguém.

A recolha de sangue faz-se como se fosse um procedimento médico, nas quais as duas pessoas envolvidas têm de fazer exames médicos para comprovar que são saudáveis.

O corte na pele é feito com bisturis ou seringas descartáveis e o local a ser perfurado é sempre esterilizado antes e depois. Se alguém beber diretamente da ferida, é obrigatório escovar os dentes e garantir que a boca está limpa.

“A nossa comunidade tem muito cuidado com as questões de saúde”, conta uma britânica. Segundo esta “vampira”, a refeição é “bastante impessoal” e funciona “quase como se estivesse a tomar um comprimido”.

Muitos acreditam sofrerem de um distúrbio do sistema digestivo que os impede de absorver os nutrientes dos alimentos, enquanto que outros admitem ter um problema de origem psicossomática.

Para Tomas Ganz, patologista da Universidade da Califórnia, o alívio sentido pelos “vampiros” quando se alimentam de sangue pode ser apenas psicológico.

“Existe um grande efeito placebo, semelhante à sensação de ingerir substâncias que não aparentam nem têm o sabor da comida convencional. Este efeito pode ser intensificado se existe uma espécie de ritual associado à ingestão ou se a pessoa sente uma espécie de exclusividade”, afirma.

Outros cientistas acreditam que este fenómeno pode ser sinal de um problema mental mais grave.

“Trata-se de uma prática que vai muito além do comportamento dito ‘normal’, por isso, creio que é necessário investigar para perceber se há alguma psicose envolvida”, afirma Steven Schlozman, da Universidade de Harvard.

Isto é caso para dizer: os vampiros não existem, mas que os há, há.

ZAP / BBC

1 Comment

  1. Cá em Portugal o que mais há são sanguessugas isto é vampiros.
    Vejam o Ministério das Finanças? são só tropeteiros sedentos de sangue ou suor é a mesma merda.

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