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Os uigures estão a colher arroz no deserto

Uma equipa de cientistas chineses colheu o primeiro lote de arroz cultivado em estufas no vasto deserto de Taklamakan, o maior da China.

No deserto da região autónoma de Xinjiang Uygur, os cientistas chineses estão a utilizar tecnologias avançadas de estufas para libertar o potencial agrícola da terra, que, se cultivada da forma habitual, seria infértil.

“O arroz é cultivado em estruturas de três camadas, juntamente com um controlo ambiental preciso em estufas no deserto, em vez de métodos convencionais, o que reduz quase para metade o ciclo de crescimento, sendo a colheita feita em apenas dois meses“, afirma cientista do Institute of Urban Agriculture, Yang Qichang em comunicado.

Segundo o Ciencia Plus, esta conquista foi construída com base nos sucessos anteriores na fábrica de plantas de Chengdu, onde a equipa reduziu pela primeira vez para metade o período de crescimento através da tecnologia de rápida reprodução.

As características geográficas desta região, incluindo longas horas de sol e uma grande diferença de temperatura entre o dia e a noite, proporcionam as condições ideais para o cultivo de arroz.

Os investigadores também aceleraram o crescimento das plantas aplicando receitas dinâmicas de iluminação LED, formulações específicas de soluções nutritivas e tecnologias avançadas de cultivo sem solo.

“Ao utilizar as vantagens do clima desértico, como a grande quantidade de luz e calor, o potencial da agricultura torna-se cada vez mais promissor, permitindo a produção sustentável de alimentos”, realça o investigador Shi Dawei.

As tecnologias energeticamente eficientes usadas nas estufas de Hotan, no extremo sul do Taklamakan, permitiram que os custos de funcionamento fossem significativamente reduzidos em comparação com as estufas convencionais.

“No futuro, tanto os custos de construção como os de operação deste tipo de estufa podem ser reduzidos através da utilização de energia verde, mecanização e inteligência artificial. Estas estufas serão altamente competitivas a nível internacional”, conclui Qichang.

O avanço desta tecnologia proporciona apoio técnico para a utilização destas estufas para realizar a produção de culturas anuais e a reprodução rápida futuramente.

A equipa de investigação explorou ainda tecnologias-chave para a reprodução de soja, o milho e o trigo, bem como a colza, o algodão e a alfafa.

A Região Autónoma Uigur de Xinjiang é predominantemente habitada por uigures. O grupo étnico de origem turcomana tem a sua própria língua e cultura — que são distintas das da maioria Han,  o grupo étnico predominante na China.

Soraia Ferreira, ZAP //

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