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Os raros “cães cantores” da Nova Guiné reapareceram na natureza 50 anos depois

Pela primeira vez desde a década de 1970, uma equipa de cientistas encontrou espécimes dos apelidados “cães cantores” da Nova Guiné em estado selvagem.

O portal Sciencemag detalha que os raros animais foram encontrados perto de uma mina de ouro nas montanhas na ilha da Nova Guiné, localizada no Oceano Pacífico.

De acordo com um novo estudo, cujos resultados foram publicados esta semana na revista científica PNAS, os animais reapareceram 50 anos depois do último avistamento na natureza, comprovando que a rara espécie ainda existe em estado selvagem.

Estes cães canoros (Canis lupus hallstromi) foram estudados pela primeira vez em meados 1987 e a a espécie tornou-se conhecida pela sua vocalização única e característica, capaz de produzir sons agradáveis e harmónicos.

Até o momento, havia apenas registo de cerca de 200 a 300 deste animais, mantidos em cativeiro em centros de conservação, frisa o jornal espanhol ABC.

“O cão cantor da Nova Guiné que conhecemos hoje é uma raça que foi bastante criada pelas populações”, começou por explicar Elaine Ostrander, cientista do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (NIH) dos Estados Unidos e autora principal do estudo.

“Oito foram trazidos das terras altas da Nova Guiné para os Estados Unidos e estes [espécimes] cruzaram-se para criar este grupo”, acrescentou.

Caminho para a preservação da espécie

Foi em meados de 2016 que alguns especialistas participaram numa expedição ao topo da montanha Puncak Jaya, localizada na ilha da Nova Guiné. Encontraram 15 espécimes do Canis lupus hallstromi perto da mina Grasberg, a maior mina de ouro do mundo.

Dois anos depois, conseguiram recolher amostras de sangue de três dos quinze espécies e compararam depois os seu ADN com o dos “cães cantores” da Nova Guiné em cativeiro.

“Descobrimos que têm sequências genómicas muito semelhantes, muito mais próximas entre si do que qualquer outro canino conhecido”, afirmou Heidi Parker, o especialista que liderou as análises, citado no mesmo comunicado.

Embora estes animais tenham recebidos nomes diferentes, estes são “essencialmente a mesma raça”, frisa o NIH, dando conta que a descoberta “demonstra que a população original de cães cantoras da Nova Guiné não está extinta na natureza”.

Tendo em conta a correspondência genética, os cientistas pretendem cruzar exemplares das duas espécies nos centros de conservação de forma a “gerar uma verdadeira população de cães cantores da Nova Guiné”, visando ainda preservar a espécie.

ZAP //

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