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Os peixes nadam em turmas (mas as suas “escolas” estão sob ameaça)

Há algumas espécies de peixes que nadam em “turmas”, mas esta técnica utilizada por alguns espécimes está ameaçada pela pesca industrial.

À semelhança de tantos outros animais na Terra, os peixes desenvolveram técnicas que maximizam as suas possibilidades de permanecerem vivos e se reproduzirem e, simultaneamente, diminuem a probabilidade de serem atacados por predadores.

As “turmas” de peixes são um desses exemplos: são uma estratégia de segurança, em que os peixes nadam relativamente próximos uns dos outros, tentando confundir os predadores e garantindo a sobrevivência do maior número possível de espécimes.

Mas este comportamento – que muitas vezes é referido como swimming in schools (nadando em escolas) por ensinar aos peixes como sobreviver – está agora em risco por causa das práticas e tecnologias da pesca industrial.

O “comportamento escolar” dos peixes está ameaçado, segundo uma nova investigação, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica Proceedings of the Royal Society B.

“Os resultados do nosso modelo sugerem que a pesca industrial pode diminuir a tendência de os peixes formarem e nadarem em grandes grupos”, disse Ana Sofia Guerra, estudante de pós-graduação e investigadora da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, autora principal do novo estudo, citada pelo portal Futurity

Esta mudança de comportamentos tem implicações quer para os peixes quer para os seus predadores, incluindo os humanos. “As pessoas estudam a ciência da pesca há séculos”, diz o co-autor Douglas McCauley, professor associado de ecologia, evolução e biologia marinha na mesma instituição de ensino. “Mas nunca consideramos: será que a tecnologia de pesca moderna está a matar o comportamento escolar?”.

A capacidade de extrair grandes quantidades de peixes do oceano cresceu nas últimas décadas, com navios e frotas capazes de pescar até nas áreas mais remotas do oceano.

A rede de certo e a pesca por arrasto envolvem o lançamento de enormes redes destinadas a grandes grupos de peixes e há também drones e aviões de observação que aumentam a eficiência destes métodos de captura em massa.

“Evitar o ataque dos predadores é uma das razões pelas quais o comportamento escolar existe, mas ao desenvolver uma tecnologia que pode capturar ‘escolas’ inteiras, estamos a virar completamente a mesa nesta estratégia”, acrescenta Guerra.

ZAP //

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