Os Neandertais, os nossos parentes ancestrais mais próximos, eram caçadores hábeis e mostravam uma notável organização social na forma como, durante os períodos interglaciais da Europa, há cerca de 125.000 anos, caçavam enormes animais terrestres — como elefantes de presas retas.
Um estudo recente Pesquisas conduzido pela professora Sabine Gaudzinski-Windheuser, investigadora do Centro de Pesquisa Arqueológica MONREPOS, lança luz sobre este aspeto da vida dos Neandertais.
A equipa de investigadores descobriu inicialmente marcas de corte em ossos de elefante no sítio Neumark-Nord 1, na Alemanha, que sugeriam que os Neandertais caçavam ativamente estes animais massivos — em vez de simplesmente recolher os seus restos.
Segundo o IFLS, esta descoberta foi entretanto reforçada por evidências semelhantes de outros dois sítios arqueológicos na Alemanha, Gröbern e Taubach, que sugerem que a caça a elefantes gigantes era uma prática comum entre os Neandertais.
Os dois sítios, datados do mesmo período interglacial, revelaram padrões consistentes nas matanças e uma preferência pela caça de elefantes machos adultos.
Esta prática sugeriu um nível elevado de planeamento e organização, desafiando as suposições anteriores sobre as capacidades dos Neandertais.
A presença de marcas de dentes de grandes carnívoros em alguns ossos também indica que os Neandertais competiam com sucesso com outros predadores, mantendo acesso às suas presas por períodos prolongados.
O tamanho imenso destes elefantes significa que uma única peça de caça poderia fornecer enormes quantidades de carne, suficientes para satisfazer as necessidades calóricas diárias de um só Neandertal durante quase 7 anos.
Esta abundância apresentou desafios para a preservação e consumo das presas, pelo que ou os Neandertais tinham técnicas de preservação desconhecidas ou se reuniam em grandes grupos para consumir a carne.
As conclusões do estudo, publicado esta segunda-feira na PNAS, implicam que os Neandertais tinham uma estrutura social e estilo de vida mais complexos do que se pensava anteriormente — possivelmente envolvendo estadias prolongadas numa dada área para processamento e consumo da carne obtida nas caçadas.