Os cães selvagens africanos também fazem “olhos de cachorrinho”

Os chamados “olhos de cachorrinho” não são exclusivos dos animais de estimação; os cães selvagens africanos também os fazem.

Os cães selvagens africanos (Lycaon pictus) são uma espécie que vive em matilhas selvagens de cerca de 10 indivíduos, embora alguns grupos possam chegar aos 40. A matilha trabalha em conjunto para percorrer grandes distâncias e abater as presas.

Num estudo, publicado na The Anatomical Record, os investigadores examinaram os músculos dos cães selvagens africanos.

Segundo o IFLScience, os músculos auriculares do L. pictus estão bem desenvolvidos, permitindo uma maior alavancagem e uma manipulação das suas orelhas grandes e móveis.

Estas adaptações musculares facilitam a ecologia altamente social dos cães selvagens africanos e desafiam as interpretações atuais sobre a natureza única das expressões faciais dos cães domésticos.

Observando a musculatura de um cão selvagem africano de 12 anos, que tinha sido submetido a eutanásia médica, a equipa comparou os músculos faciais do cão selvagem com os dos cães domésticos.

Os resultados mostram que os comprimentos dos músculos levator anguli oculi medialis (LAOM) e dos retractor anguli oculi lateralis (RAOL) estão dentro dos limites das raças Collies, Dachshunds, German Shepherds e Jack Russell Terrier.

“Os cães selvagens africanos têm os mesmos músculos faciais bem desenvolvidos que geram a expressão ‘olho de cachorrinho‘ nos cães domésticos”, realça a autora principal do estudo, Heather Smith.

A equipa concluiu que os músculos LAOM e RAOL não só estão aumentados nos cães domésticos, como também se desenvolvem de forma semelhante nos cães selvagens africanos.

O estudo não afasta a ideia de que os músculos faciais especializados se poderiam ter desenvolvido como forma de os animais de estimação comunicarem melhor com os seus donos.

Por sua vez, sugere que as outras espécies de cães, como o cão selvagem africano, também poderia ter músculos faciais bastante desenvolvidos para facilitar a comunicação com os outros animais da sua matilha.

Soraia Ferreira, ZAP //

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