Oposição de direita ganha vantagem nas eleições legislativas suecas

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Socialdemokraterna / Flickr

Magdalena Andersson

Com 83,9 % dos distritos eleitorais escrutinados, a oposição de direita garantia vantagem nas legislativas desta segunda-feira com 49,8%, e o bloco de centro-esquerda da primeira-ministra com 48,8%.

A oposição de direita garantia vantagem nas eleições legislativas suecas desta segunda-feira com 49,8%, face aos 48,8% do bloco de centro-esquerda da primeira-ministra social-democrata, Magdalena Andersson, quando estavam escrutinados 83,9% dos distritos eleitorais.

O Partido Social-Democrata (S/SAP), que dominou a política sueca no último século, lidera a votação com 30,3%, quase mais dois pontos face a 2018. Em segundo lugar surge o partido da direita radical Democratas da Suécia (SD), com 20,7%, mais três pontos face aos resultados das anteriores legislativas.

O Partido Moderado (conservador), do líder da oposição, Ulf Kristersson, terá recuado para a terceira posição com 19%. Na quarta posição surge o Partido do Centro (PC, 6,7%), seguido do Partido de Esquerda (6,7%), os Democratas Cristãos (5,4%), o Partido Verde (5%) e o Partido Liberal da Suécia (4,6%).

Estes resultados indicam um empate técnico entre os dois campos, e podem impedir os sociais-democratas de garantir um novo acordo de coligação ou com apoios pontuais no parlamento do Partido Verde, do Partido do Centro e do Partido de Esquerda. Estes quatro partidos somariam 48,8% de votos, enquanto as forças à direita garantiriam 49,8%.

As mortes em acertos de contas entre gangues criminosos — que se tornou um grave problema social — estão no topo das preocupações dos suecos, seguidas dos cuidados de saúde e da imigração, temas que favoreceram a subida do partido nacionalista e anti-imigração Democratas Suecos, até há poucos anos isolado na cena política do país escandinavo.

A campanha eleitoral ficou marcada por temas favoráveis à oposição de direita, como o aumento dos crimes violentos, a imigração e o aumento do preço da energia.

Erik George, um pediatra de 52 anos, não tem dúvidas de que a campanha eleitoral foi dominada pelo aumento do populismo, avança o Público.

“Acho que vivemos tempos realmente tumultuosos e as pessoas têm dificuldade em perceber o que está a acontecer”, garantiu, em declarações à Reuters.

“Temo a chegada de um Governo repressivo e de extrema-direita“, afirmou Malin Ericsson, consultora de viagens de 53 anos, à saída de uma mesa de voto, temendo a subida dos Democratas da Suécia, liderados por Jimmie Akesson.

Durante a campanha, o Partido Social Democrata apostou na economia, nomeadamente no aumento do preço da energia e nas potenciais dificuldades que as famílias e as empresas poderão enfrentar.

“Votei por uma Suécia onde continuamos a apostar nos nossos pontos fortes. A nossa capacidade de enfrentar, colectivamente, os problemas da sociedade, o sentido de comunidade e o respeito mútuo”, afirmou Magdalena Andersson depois de votar.

Andersson foi ministra das Finanças durante vários anos antes de se tornar, há cerca de um ano, primeira-ministra da Suécia. O seu principal rival era Ulf Kristersson, líder do Partido Moderado, que se vê como o único político capaz de unir a direita e oferecer uma alternativa ao centro-esquerda.

“Se as pessoas votarem pela mudança, nós iremos cumprir”, garantiu Kristersson à Reuters, durante um dos seus últimos comícios de campanha.

Nos últimos anos, o líder do Partido Moderado aprofundou os laços com os Democratas Suecos, um partido formado em 1988 nos círculos fascistas e neonazis,  com supremacistas brancos entre os seus fundadores.

“Independentemente do que aconteça esta noite, a coisa mais importante para mim, para nós, para todos os Democratas Suecos por todo o país, são os malditos 175 assentos parlamentares para que possamos finalmente trazer uma mudança de poder e a nossa política pró-Suécia”, salientou Akesson aos seus apoiantes.

ZAP //

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