12 anos depois, FOX revela a confissão “hipotética” de O.J. Simpson. A cassete com a entrevista esteve “perdida” e foi encontrada recentemente.
Nos anos 90, o atleta e ator O.J. Simpson foi julgado pelo duplo homicídio da ex-mulher, Nicole Brow, e de Ronald Goldman, amigo desta. O julgamento acabou com a sua absolvição, em 1995. Agora, 20 anos depois, o canal FOX exibe uma entrevista, datada de 2006, na qual O.L. confessa ter sido “hipoteticamente” responsável pelas duas mortes.
“O.J. Simpson: The Lost Confession” foi para o ar este domingo. No episódio, o antigo jogador da NFL conta o que terá acontecido no dia 12 de junho de 1994, colocando-se no papel de homicida, ressalvando porém que se trata de um cenário hipotético.
Em 2006, OJ Simpson preparava-se para publicar um livro, “If I Did It“, e a entrevista à FOX serviria para divulgá-lo. No entanto, a publicação acabou por ser cancelada.
Segundo o Público, Simpson pormenoriza elementos da cena do crime, como “sangue e outras cenas”. Conta ainda que estava acompanhado por um amigo chamado Charlie que o terá encorajado a ir à casa da ex-mulher. Além disso, refere-se a Ronald Goldman como “um tipo” que não reconheceu.
“Quando as coisas ficaram mais tensas, lembro-me que a Nicole caiu e magoou-se e este outro tipo começou a fazer uma posição qualquer de karaté. Perguntei-lhe: Achas mesmo que me consegues bater? Depois peguei na faca – lembro-me que a tirei ao Charlie – e depois, para ser honesto não me lembro do que aconteceu, exceto que estava ali em pé e estava rodeado de todo o tipo de cenas à minha volta”, disse.
O.J. Simpson confessa nunca ter visto “tanto sangue na vida”. Contudo, passado uns segundo riu-se, lembrando que estava “a falar hipoteticamente”. “Odeio dizer isto, mas tudo isto é hipotético. Mas não acredito que duas pessoas pudessem ter sido assassinadas da maneira que foram sem terem ficado cobertas em sangue”, justifica.
Judith Regan, a jornalista que conduziu a entrevista, questionou o antigo jogador acerca de uma luva encontrada no local do crime, que terá sido uma peça fulcral durante o julgamento. “Não tenho memória de o fazer, mas obviamente devo ter tirado a luva depois do crime uma vez que eles a encontraram lá”, comenta, mais uma vez, “hipoteticamente”.
Depois da transmissão da entrevista, a hashtag #DidOJConfess tornou-se viral na rede social Twitter.
De acordo com o Público, Christopher Darden, um dos procuradores que fez parte do julgamento de 1995, considera que a personagem “Charlie” é uma espécie de alter-ego de O.J Simpson. “Isto não é hipotético. Eu acredito que ele confessou o crime”, afirmou.
A FOX afirma que a cassete com a entrevista estava “perdida” e que só agora foi encontrada. No entanto, na altura, a rede televisiva recuou com a decisão de exibir a entrevista, em reposta às críticas que o anúncio gerou.
O.J. Simpson foi absolvido no caso de duplo homicídio, mas cumpriu mais tarde uma pena de prisão noutro caso, em que foi condenado a 33 anos por assalto à mão armada, sequestro e formação de quadrilha. Acabou por ser libertado no ano passado, após nove anos atrás das grades.
Um bom exemplo da justiça americana: estes louco matou duas pessoas, fugiu à policia durante muitos kms, foi absolvido e ainda contou como o fez!
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@ZAP: o livro foi mesmo lançado (eu já o li) e até a Wook o tem à venda: https://www.wook.pt/livro/if-i-did-it-o-j-simpson/894690