45 anos sem obras: Associação de Pais da Escola Eugénio de Andrade está à porta da escola no Porto por falta de segurança, alega.
O início do ano lectivo está a ser particularmente agitado na Escola Básica Eugénio de Andrade, no Porto.
Na manhã desta sexta-feira, diversos pais apareceram à porta da escola para tentar impedir o início das aulas.
A Associação de Pais da Escola Básica Eugénio de Andrade alega que não estão reunidas condições de segurança para todos: alunos, professores e funcionários.
Nos cartazes à porta da escola, apelava-se à realização de obras imediatas, avisando que não se pode “esperar por notas” sem obras.
Lígia Correia, presidente da associação, contou à rádio TSF que a escola foi inaugurada em 1979, que já na década 1980 não era o estabelecimento mais seguro, e que nunca foram realizadas obras ao longo destes 45 anos. “E não há perspectiva que isso aconteça. Estamos cansados”, lamentou.
A responsável destacou o piso em toda a escola, que estará muito degradado, além do frio dentro das salas de aula.
A sua filha, Marta, acrescentou que chove dentro do pavilhão polivalente. “No Inverno fica tanto frio nas salas, que as mãos ficam geladas e nem conseguimos escrever”, relatou.
Supostamente, desde que a Câmara Municipal do Porto passou a gerir a escola, já deveria por exemplo ter sido retirado o amianto, mas nada foi feito.
O caso mais delicado será no pavilhão gimnodesportivo, cujo piso precisa de ser totalmente substituído e que tem infiltrações de água frequentes, chovendo lá dentro. Os pais contam que várias crianças já foram para o hospital por se terem lesionado naquele pavilhão. “O piso está a cair“, contou a aluna Marta.
“As instalações continuam a degradar-se, colocando em perigo todas as pessoas que estudam, trabalham ou visitam a escola, persistindo as coberturas em fibrocimento, salas sem isolamento, pisos degradados, ausência de espaços cobertos, entre os problemas estruturais mais prementes de serem resolvidos”, explicou a associação de pais, em comunicado.
O vereador da Câmara do Porto, Fernando Paulo, admitiu que a escola precisa de melhorias mas “tem todas as condições para abrir”.