O sexo no Espaço parece ser uma inevitabilidade — e os cientistas querem acautelar-se

Devido à normal evolução do processo de exploração espacial, é também expectável que a reprodução no Espaço seja essencial para o futuro da espécie humana.

Com a corrida ao Espaço a ultrapassar a esfera do conhecimento científico e a enveredar por um âmbito mais turístico, há situações (e comportamentos) que podem acontecer a elevadas altitudes e que até agora não tinham sido previstas. Uma delas é a possibilidade de acontecerem relações sexuais, algo que se prevê que aconteça já na próxima década. Como tal, os cientistas querem preparar-se, nomeadamente para os riscos que dali podem resultar.

Esta preocupação foi apresentada num artigo científico anunciado na semana passada e que contou com a assinatura de cientistas e médicos norte-americanos, europeus e sul americanos.

Tal como destaca o site Gizmodo, há muito que as relações sexuais no Espaço têm sido um motivo de interesse público. Pela normal evolução do processo de exploração espacial, é também expectável que a reprodução no Espaço seja essencial para o futuro da espécie humana. Neste sentido, a ciência já começou a explorar como é que o processo acontece nos animais.

Por parte das agências espaciais, como a NASA, a postura tem passado por desincentivar este tipo de comportamentos, ao passo que os cientistas têm demonstrado abordagens mais permissivas, defendendo que é melhor explorar as consequências antes de algo acontecer.

“O nosso ponto de partida foi um comentário sobre sexo no Espaço, mas quando verificámos, ficámos surpreendidos ao perceber que o sector não considerou abertamente os riscos e isso levou-nos a realizar o estudo”, disse David Cullen, um dos autores e professor de astrobiologia e biotecnologia espacial na Universidade de Cranfield, em comunicado.

De facto, parece haver muitos fatores a considerar. Primeiro, todo o ato sexual deverá ser muito mais difícil de protagonizar, já que gravidade deixa os corpos humanos sem peso. Qualquer movimento, intencional ou não, torna-se mais complicado. Num âmbito mais sério, e como consequência, as funções sexuais dos indivíduos podem ficar afetadas por este ambiente. Por outro lado, nada garante que o desenvolvimento de um feto no Espaço seja um processo seguro, tanto para a gestante como para o filho que possa vir a surgir, pelo que também se deve considerar esse risco.

Por todos estes motivos, os cientistas acreditam que a altura de discutir a problemática é agora, antes de o cenário se se tornar uma realidade para o qual não estamos preparados.

“Devido à importância a longo prazo da reprodução humana fora da Terra, visto que a humanidade se está a tornar uma espécie multiplanetária, devemos levar a sério esta possibilidade, quer se trate de um ato planeado ou não”, defendeu Egbert Edelbroek, outro dos autores do estudo.

ZAP //

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