O primeiro túnel do mundo para uma câmara de magma poderá libertar energia ilimitada

Ásgeir Eggertsson / Wikimedia

Krafla – região vulcânica no norte da Islândia, onde existe uma estação de energia geotérmica

A Islândia vai avançar com um projeto de extração ilimitada de energia através do magma – que pode ditar avanços significativos na tecnologia geotérmica, levar a uma melhor compreensão da atividade vulcânica e – acima de tudo – iniciar uma nova Era de “energia limpa”.

Investigadores do Geothermal Research Cluster (GEORG), na Islândia, têm planos para perfurar uma câmara de magma, podendo desbloquear uma fonte ilimitada de energia limpa, naquela que será a primeira tentativa da história de exploração direta de magma.

Como explica a New Scientist, historicamente, a perfuração em câmaras de magma é considerada arriscada e impraticável… mas essa visão mudou em 2009 no Krafla – um dos vulcões mais ativos do mundo – onde ocorreu uma perfuração acidental numa câmara de magma.

Na altura, o “Projeto Islandês de Perfuração Profunda” visava apenas explorar as potencialidades da energia geotérmica, mas o “feliz acidente” mudou tudo e deu esperanças.

Nesse episódio, quando, inesperadamente, uma broca atingiu a câmara de magma, constatou-se que trabalhar com o magma podia ser viável e seguro – e tal inspirou o projeto Krafla Magma Testbed (KMT).

Projeto Krafla Magma Testbed

Com início previsto para 2026, o KMT pretende perfurar a câmara de magma, estabelecendo o primeiro observatório de magma do mundo no vulcão Krafla, onde as temperaturas podem atingir os 900°C.

Os cientistas terão oportunidade de recolher dados sobre temperatura e pressão nunca antes inspecionados.

Tais conhecimentos poderiam revolucionar a compreensão sobre processos vulcânicos e aprimorar a previsão de erupções.

Outro objetivo – e, talvez, o mais ambicioso – do projeto é aproveitar a energia geotérmica do magma. Esta abordagem, aproveitando o calor e a pressão extremas, poderia melhorar, significativamente, a eficiência e a produção de energia geotérmica.

De acordo com a New Scientist, estes cientistas islandeses almejam um futuro onde a energia proveniente do magma possa ser utilizada globalmente, incluindo na “produção de combustíveis sintéticos de baixo carbono”.

ZAP //

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