Num oásis único algures no Deserto de Mojave, localizado no Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Ash Meadows em Nevada, nos EUA, moram 26 espécies endémicas e, entre elas, o peixe mais raro do planeta.
Conhecido pelo seu pequeno tamanho, coloração brilhante e ausência de barbatanas pélvicas, o peixinho do Buraco do Diabo mora…bem, no Devils Hole (Buraco do Diabo ou Poço do Diabo).
A profunda e isolada caverna calcária é o que torna o peixinho uma raridade com uma evolução única e grande instabilidade genética devido à consanguinidade.
A “toca” subaquática está ligada a um lago subterrâneo profundo, de acordo com a Smithsonian, com temperaturas constantes da água de cerca de 33ºC. A população desta espécie em perigo, descoberta por Joseph H. Wales em 1930, é monitorizada bienalmente e tem flutuado bastante — recentemente, atingiu um máximo de 22 anos, com 175 indivíduos.
Na verdade, a sobrevivência deste peixe único tem sido ameaçada por perturbações ambientais, especialmente a extração de água subterrânea por agricultores locais nas décadas de 1960 e 1970 que levou a uma queda nos níveis de água que afetou as suas áreas de reprodução e alimentação. No entanto, uma decisão do Supremo Tribunal em 1976 limitou a extração de água, de modo a proteger a espécie.
Replicar o seu habitat, para fins de reprodução, é a melhor tentativa de proteger o principal morador do Buraco do Diabo, mas que é dificultada pela limitada diversidade genética do peixe.
Acredita-se que Ash Meadows se tenha formado há cerca de 12 mil anos, no final da Era do Gelo do Pleistoceno.
Faz parte do maior ecossistema do Deserto de Amargosa e tem um grande significado histórico para o povo indígena Timbisha. O refúgio é a casa de outras espécies isoladas, como o peixinho de Warm Springs e o peixe-pupilo de Ash Meadows Amargosa, cada um adaptado aos seus ambientes aquáticos únicos.