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O pai do iPod quer salvar o planeta — pondo as vacas a arrotar diamantes

ZAP // Dall-E-2; DR

O inventor do iPod está agora a dedicar a sua atenção a salvar o planeta — com uma estratégia que passa por converter o metano dos “arrotos e flatulência” das vacas em diamantes.

O engenheiro, designer, empresário e investidor norte-americano Anthony Michael Fadell, antigo vice-presidente sénior da divisão iPod da Apple, quer ajudar a salvar o planeta — convertendo em diamantes o metano libertado pelos bovinos.

Conhecido como o “pai do iPod“, Fadell supervisionou também o desenvolvimento de todo o hardware, firmware e acessórios das três primeiras gerações do iPhone.

Segundo o engenheiro norte-americano, apesar de o dióxido de carbono continuar a receber a maior parte da atenção dos media e da investigação científica, o mundo está agora a “acordar para o metano“, cujo contributo significativo para o aquecimento global tem sido subestimado.

“Ao longo dos anos consegui construir… muitos milhares de milhões de produtos em todo o planeta que as pessoas usaram ao longo dos anos e continuam a usar hoje”, diz Fadell, citado pelo The Times.

“Agora, o que faço é passar o meu tempo a trabalhar com empreendedores, inovadores e startups de todo o mundo que estão a ajudar o planeta“, explica o investidor norte-americano.

Para além de ter inventado os omnipresentes dispositivos da Apple, Fadell fundou a Nest Labs, empresa de termóstatos inteligentes e alarmes de fumo, que a Google lhe comprou por 2,5 mil milhões de libras em 2014 — e transformou no que hoje conhecemos como a sua plataforma Google Nest de “casas inteligentes”.

Fadell investiu parte dessa fortuna a combater as alterações climáticas, incluindo o financiamento, conceção e construção do MethaneSAT, um satélite lançado no início deste ano para detetar emissões de metano em todo o mundo.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, o metano é 80 vezes mais nocivo do que o CO2 durante 20 anos após a sua libertação.

“Podemos  detetar as emissões de metano de uma única fonte, uma bomba de petróleo ou gás”, afirmou na altura Fadell, que espera que o satélite atue como um “polícia  do metano“, obrigando as empresas de gás e petróleo a reparar as fugas.

No entanto,os combustíveis fósseis não são as únicas fontes de metano. As vacas, mais especificamente os seus arrotos e, em menor escala, a sua flatulência, são também um produtor significativo do gás, que retém muito mais calor na atmosfera do que o dióxido de carbono.

Fadell está agora apostado em combater o impacto do metano de origem bovina no aquecimento da atmosfera.

Recentemente, criou a Diamond Foundry, empresa que usa biometano do solo, do estrume ou produzido pelos animais e o transforma em diamantes “com energia verde, eólica e solar”. Tal como o CO2, a molécula de metano (CH4) inclui carbono, que a empresa extrai e cristaliza para criar diamantes.

Além disso, Tony Fadell  está também a tentar parar o metano na fonte; criou a CH4 Global, empresa que produz algas vermelhas para uso na produção de rações para animais. “Se pusermos algas vermelhas nas rações, teremos menos arrotos, e menos flatulência. Diminuem diminuem 80 a 90%“, explica.

Seja parando o metano na fonte, ou convertendo-o em diamantes, Faddel está a tentar ajudar a combater as alterações climáticas.

Infelizmente, os seus diamantes estão para já a ser usados apenas em aplicações  industriais, principalmente em eletrónica.  Assim, se já estava a imaginar-se a passear com um diamante feito de arroto de vaca solidificado, vai ter que esperar…

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