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O “Olho de Sauron” foi descoberto. É um vulcão submarino perto da Ilha do Natal

Phil Vandenbossche e Nelson Kuna / CSIRO

A cerca de 280 quilómetros do sudeste da Ilha do Natal, no território australiano, uma equipa de cientistas encontrou a caldeira de um antigo vulcão submarino a mais de 3.100 metros abaixo da superfície. O formato valeu-lhe o nome de “Olho de Sauron”, numa referência à trilogia Senhor dos Anéis. 

O antigo vulcão submarino foi lentamente revelado pelo sonar multifeixe do navio de pesquisa oceânica RV Investigator, durante a exploração aos Territórios do Oceano Índico da Austrália (IOT), liderada pela Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO).

Está localizado a mais de 3.100 metros abaixo da superfície, a cerca de 280 quilómetros do sudeste da Ilha do Natal, no território australiano.

Segundo o Science Alert, o vulcão emergiu como uma depressão gigante em forma oval, com 6,2 quilómetros de comprimento por 4,8 quilómetros de largura, e ganhou o nome de “Olho de Sauron”.

Além de estar rodeado por uma borda de 300 metros de altura (as pálpebras do hipotético olho), tem um pico em forma de cone com a mesma altura, bem no centro, que faz lembrar uma pupila).

Quando um vulcão se “desmorona”, é formada uma caldeira: o magma derretido na base eleva-se, deixa as câmaras vazias e a fina crosta sólida na superfície da cúpula desaba e cria uma cratera. À medida que o vulcão continua a expelir magma, é formado um novo pico no centro.

O sonar do RV Investigator permitiu identificar também outras estruturas proeminentes próximas do “Olho de Sauron”. Um mapeamento mais pormenorizado revelou uma montanha marítima repleta de pequenos cones vulcânicos, que foi apelidada de Barad-dûr (“Fortaleza Negra”), também inspirada no Senhor dos Anéis. 

Mais a sul, os cientistas encontraram outro monte submerso com um topo plano, batizado de Ered Lithiu (“Montanha das Cinzas”), seguindo as referências da trilogia de J. R. R. Tolkien.

As três estruturas estão localizadas no aglomerado de montanhas submarinas Karma, que os cientistas acreditam ter mais de 100 milhões de anos. Ao que tudo indica, formaram-se perto de uma antiga cordilheira marítima quando a Austrália se encontrava mais a sul, perto da Antártida.

“O cume plano de Ered Lithui foi formado pela erosão das ondas quando o monte submarino se projetou acima da superfície do mar, antes de voltar lentamente para o fundo do oceano. O cume está agora 2,6 quilómetros abaixo do nível do mar”, explicou Tim O’Hara, curador do do Museum Victoria, num artigo publicado no The Conversation.

ZAP //

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