Fraca interação com conteúdos políticos levou à decisão polémica da Meta. “Não queremos recomendar proativamente conteúdo político de contas que não segue”, diz a empresa em comunicado.
Se é utilizador do Instagram, prepare-se para ver cada vez menos conteúdos que a Meta, dona da rede social, considera “políticos“.
A menos que opte por ver tais publicações no seu feed e nas suas recomendações e sugestões, numa nova funcionalidade que a empresa implementou na semana passada, “leis, eleições ou tópicos sociais” deixarão de aparecer, por enquanto, apenas para os utilizadores dos EUA.
Para evitarem que isto aconteça, os utilizadores têm de ir às definições da rede social e optar especificamente por conteúdo político, nas preferências. A empresa sublinhou, no entanto, que os utilizadores continuarão a ver conteúdo político das contas que já seguem.
A mudança, anunciada a 9 de fevereiro e ativa desde a semana passada, aplica-se não só ao Instagram mas também ao Threads, e é consequência da fraca interação com conteúdos políticos. Atualmente, menos de 3% das interações no Facebook envolvem conteúdo noticioso, segundo o The Guardian. A empresa disse que implementaria a mudança no Facebook numa data posterior.
“Se decidir seguir contas que publicam conteúdo político, não queremos interferir entre si e as suas publicações, mas também não queremos recomendar proativamente conteúdo político de contas que não segue”, disse a Meta em comunicado.
Críticas e problemas legais
A novidade chega numa altura em que o Instagram enfrenta críticas por censurar, alegadamente, segundo o jornal britânico, conteúdo relacionado com a guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada a 7 de outubro e que já fez mais de 30 mil mortos na Faixa de Gaza.
Além disso, a rede social da Meta prepara-se para uma longa luta contra os editores de notícias e o governo australiano sobre o pagamento por conteúdo noticioso. O governo australiano vai determinar se vai forçar, sob o Código de Negociação de Media de Notícias de 2021, a Meta a entrar em negociações com os editores ou enfrentar multas de até 10% da receita australiana.