O cheiro a carro novo tem inúmeros riscos para a saúde (incluindo cancro)

Uma equipa de cientistas revelou que a fonte do cheiro a carro novo pode representar riscos para a saúde dos condutores e dos passageiros.

Num novo estudo, publicado esta terça-feira no PNAS Nexus, os investigadores analisaram durante sete dias de verão, as emissões de compostos orgânicos voláteis (COV) no interior de um novo automóvel híbrido elétrico.

Para medir os níveis desses compostos, utilizaram equipamento especializado para monitorizar a temperatura e as taxas de trocas de ar.

A equipa recolheu amostras de ar do condutor de 80 em 80 minutos, fornecendo uma imagem detalhada da forma como as concentrações de COV se alteram ao longo do dia em diferentes tipo de clima.

Os COV são um grupo de substâncias químicas que se transformam facilmente em vapores ou gases à temperatura ambiente. Nos automóveis são emitidos por vários materiais como plásticos, fibras sintéticas, couro e adesivos.

Alguns dos compostos são inofensivos outros podem causar problemas de saúde que vão desde dores de cabeça e irritação ocular a condições mais graves, como doenças pulmonares.

Segundo o Study Finds, os investigadores concluíram que o formaldeído, um agente cancerígeno, era o COV mais habitual nos automóveis novos. Mais de um terço das medições excedeu as normas chinesas de qualidade do ar para o interior dos veículos.

Além disso, foram encontrados outros produtos químicos preocupantes incluindo o acetaldeído e o hexaldeído, ambos presentes em níveis suficientes para ter impacto na saúde humana.

O estudo centrou-se num único carro novo, pelo que não pode representar todos os tipos de veículos ou de emissão a longo prazo, e também não pode representar todo o tipo de climas e regiões, pois foi realizado somente em Pequim.

A presente investigação sublinha a importância da ventilação nos veículos novos, especialmente durante o tempo quente, e aponta para a necessidade de os fabricantes criarem materiais que emitam menos COV e de melhores sistemas de controlo climático, que tenham em conta a temperatura da superfície.

Por fim, estudo não só lança luz sobre um problema de saúde oculto, como também abre caminho a soluções de transporte mais saudável.

Soraia Ferreira, ZAP //

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