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O “caminho do amor” está de volta, mas é preciso ter cuidado…

A Via dell’Amore, um dos trilhos pedestres mais icónicos de Itália, está de volta, mas continua a enfrentar os desafios – e os perigos – do excesso de turismo.

Após uma década de reabilitação, a Via dell’Amore, em Itália, volta a estar aberta aos turistas.

O “caminho do amor” é manifestamente perigoso e, por isso, são agora esperadas novas regras de acesso, que confiram mais segurança aos turistas.

O percurso, que liga Riomaggiore a Manarola, na província de La Spezia, foi inaugurado nos anos 1920, para facilitar a comunicação entre as duas aldeias.

Contudo, com cerca de três milhões de turistas a visitar este caminho pertencente a uma área que é Património Mundial da UNESCO, o local, que tem cerca de 4.000 habitantes, está sob “pressão excessiva sobre os moradores”, como referiu a presidente da câmara de Riomaggiore, Fabrizia Pecunia, à National Geographic.

“Há uma pressão excessiva sobre os moradores. Temos de tentar encontrar o equilíbrio. Se formos apenas atrás do número de turistas, implodiremos”, considerou.

Fabrizia Pecunia lançou então um plano para gerir o número de turistas. Embora incapaz de limitar o número total de turistas devido à lei italiana, vai passar a controlar a entrada na Via dell’Amore.

O percurso será encerrado durante a noite e o acesso diurno permanecerá gratuito para os habitantes.

Os turistas poderão aceder aos primeiros 160 metros do trilho, até 30 de setembro, num sistema de reserva piloto.

Por uma taxa de cinco euros, os visitantes podem garantir um lugar numa visita guiada de 30 minutos, multilingue, que parte a cada meia hora, como detalha o National Geographic.

Turismo responsável e educacional

O sistema de reservas visa encorajar um turismo mais informado e faz parte de uma estratégia mais ampla para mostrar o património cultural da Cinque Terre.

O guia turístico local Gianluca Pasini, que também servirá como um dos guias do percurso, disse que o sistema ajudará a preservar a importância histórica do trilho.

Pecunia sublinhou a importância do equilíbrio no turismo, criticando os visitantes de um dia que “chegam, tiram selfies, comem um gelado e vão embora”, sem apreciar a rica cultura e história da área.

O guia, nascido e criado em Riomaggiore, argumenta que o novo plano também servirá como uma ferramenta educacional, permitindo aos turistas “contar a história da Cinque Terre de uma forma diferente”.

Pecunia espera que a transformação da Via dell’Amore numa espécie de museu ao ar livre forneça uma narrativa contextual a esta famosa costa, promovendo assim um turismo responsável.

O excesso de turistas resultou em algumas situações graves, incluindo o encerramento do antigo cemitério à beira do penhasco de Manarola, que se tornou um local popular para piqueniques e sessões fotográficas.

À medida que as comunidades procuram formas de equilibrar os benefícios económicos do turismo com a preservação dos ativos naturais e culturais, a Via dell’Amore serve como um caso de estudo no uso de medidas direcionadas para gerir o excesso de turismo, ao mesmo tempo que melhora a educação dos visitantes.

ZAP //

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