Cristais de rocha antigos encontrados no leste do Canadá foram apresentados como evidência de que o início da solidificação do núcleo da Terra foi há 500 milhões de anos.
Num artigo publicado na revista Nature Geoscience, os investigadores Richard Bono e John Tarduno, da Universidade de Rochester, e Francis Nimmo e Rory Cottrel, da Univeridade da Califórnia, descrevem a sua análise aos cristais, o que encontraram e porque acreditam que os seus resultados oferecem pistas sobre a formação do núcleo interior da Terra.
Os cientistas planetários encontraram provas sólidas que sugerem que a Terra tem um núcleo interno e outro externo. Acredita-se que o núcleo interno é sólido, enquanto que o núcleo externo é feito de material fundido.
Evidências anteriores também indicavam que todo o núcleo já foi líquido, mas, à medida que o interior arrefeceu, a parte mais interna começou a cristalizar-se.
É neste ponto que os cientistas não estão de acordo. Alguns sugerem que o início da solidificação começou há 2,5 mil milhões de anos. Outros acreditam que o fenómeno é muito mais recente – tão recente como há 500 milhões de anos. Neste novo esforço, os investigadores encontraram evidências que suportam a última teoria.
O trabalho dos investigadores incluiu uma análise cuidadosa dos cristais de plagioclase e piroxena, que remontam a aproximadamente 565 milhões de anos atrás. Os cristais são importantes porque contêm troços de metais chamados inclusões.
As inclusões são muito pequenas, semelhantes a agulhas e alinham-se com o campo magnético da Terra quando estão embutidas no cristal.
Dado que o campo magnético da Terra se gera pela atividade no núcleo interno, as inclusões são um meio para determinar o estado do núcleo durante o tempo em que se formaram os cristais.
Os investigadores relataram que a sua análise mostrou que o campo magnético era significativamente mais fraco do que no presente, sugerindo que a solidificação do núcleo deve ter ocorrido logo após ou, então, que o campo magnético tinha colapsado completamente. Porém, segundo a teoria, o campo magnético não colapsou porque, como o núcleo interno se solidificou, o campo magnético tornou-se mais forte.
ZAP // Europa Press