Novos roteiros divulgam património religioso escondido e dão dicas para visitas

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Víctor Nuño / Flickr

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Turistas e peregrinos contam a partir da próxima semana com roteiros turísticos dos caminhos Marianos e de Santiago, um projeto para divulgar três centenas de lugares de culto em Portugal, muitos praticamente desconhecidos ou habitualmente fechados.

Os roteiros Caminhos Marianos e Caminhos de Santiago resultam de uma parceria entre o Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja (SNBCI) e o Turismo de Portugal e incluem cada um 150 lugares de culto, além de informações sobre procissões ou festividades.

“O objetivo é serem uma proposta de caminho como uma origem devocional, mas feito através do património e dos bens culturais da Igreja”, disse à agência Lusa Sandra Saldanha, diretora do SNBCI.

Os roteiros, que serão apresentados esta segunda-feira, na igreja dos Grilos, no Porto, são as primeiras edições de “um projeto mais alargado” de “criação de conteúdos de visita para recursos patrimoniais religiosos”, os “Caminhos da Fé”, adiantou.

Haverá ainda sessões de apresentação no dia 6 de junho, no Palácio Nacional de Mafra, e no dia 23 de junho, na Sé Velha de Coimbra.

Destinados ao público em geral e com uma linguagem acessível, os roteiros pretendem, além de listar os principais monumentos religiosos, dar a conhecer alguns dos lugares de culto menos conhecidos.

“Além dos ex-libris do património nacional, muitos dos quais são património classificado, destacaria [o facto de darem] a conhecer algum património menos conhecido do público em geral e que é notável do ponto de vista da riqueza artística. Foi um esforço que os autores fizeram de revelar algum património que é menos conhecido e que às vezes está encerrado”, disse Sandra Saldanha, sem especificar.

Os guias vão, por isso, disponibilizar um conjunto de informações práticas, nomeadamente sobre dias de abertura, de celebrações, contactos das pessoas responsáveis pelas chaves dos monumentos, entre outras.

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Sandro Costa Saldanha, directora do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja

Sandro Costa Saldanha, directora do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja

“É uma mais-valia destes roteiros”, considerou a diretora do SNBCI, explicando que foram estruturados, por exemplo, percursos no Algarve, no Alentejo e na região norte de Portugal.

Sandra Saldanha adiantou que muito do património que integra os roteiros “tem problemas de conservação que têm que ser resolvidos”, mas considerou que a “produção dos roteiros permite divulgar e dar a conhecer de uma forma mais alargada estes recursos” e que “um bom trabalho de divulgação e de investigação pode ser um passo importante no sentido de alguns desses problemas virem a ser resolvidos”.

O presidente da comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, Pio Alves, citado numa nota do SNBCI a propósito do lançamento dos roteiros, destacou “a extensão e a qualidade do património religioso herdado” e apelou para que seja bem usado e melhor cuidado.

Por seu lado, o presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim Figueiredo, na mesma nota, considerou que o património religioso desempenha “um papel determinante na diferenciação do destino Portugal, pelo que a sua valorização é essencial ao desenvolvimento da atividade turística”.

Na mesma altura, será ainda lançado um Guia de Boas Práticas de Interpretação do Património Religioso, destinado a profissionais do turismo e gestores do património religioso para ajudar “a compreender o significado de cada elemento e ritual, de modo a enriquecer a experiência espiritual e cultural do visitante”.

Embora não hajam estatísticas oficiais, estima-se que o turismo religioso em Portugal movimente cerca de sete milhões de pessoas por ano, gerando receitas anuais de 700 milhões de euros e correspondendo a cerca de 10 por cento do movimento turístico total.

O turismo religioso foi classificado como produto turístico prioritário para Portugal apenas no Plano Estratégico do Turismo 2013-2015. Até essa altura era englobado em termos estatísticos e também de promoção externa no turismo cultural.

/Lusa

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