Uma equipa de cientistas demonstrou como funciona o efeito Leidenfrost em duas gotas de diferentes líquidos, aquecidos acima do seu ponto de ebulição.
A comunidade científica já sabia que os líquidos flutuam quando são borrifados numa superfície muito quente, um fenómeno conhecido como efeito Leidenfrost.
Segundo este efeito, um líquido em contacto próximo com uma massa muito mais quente do que o seu ponto de ebulição produz uma camada isolante de vapor que evita que o líquido evapore rapidamente. Agora, os cientistas descobriram que o efeito Leidenfrost pode acontecer entre duas gotículas de líquidos diferentes.
Segundo o Science Alert, a equipa liderada por Felipe Pacheco-Vázquez, da Universidade de Puebla, analisou líquidos como água, etanol, metanol, clorofórmio e formamida. O objetivo da equipa era testar todas as combinações possíveis destes líquidos para ver se as gotículas se fundiam numa só.
A experiência foi realizada numa pequena placa metálica, com um fundo côncavo, aquecida a 250º C. Os líquidos utilizados no teste foram a acetona, que ferve a 50° C, e a formamida, que ferve a 146° C.
Nas experiências, gotas do mesmo líquido ou de líquidos com pontos de ebulição semelhantes fundiram-se imediatamente assim que deslizaram para o ponto mais baixo da placa.
Quando as gotas tinham propriedades muito distintas, a fusão demorou algum tempo a acontecer, com direito a vários “encontrões”.
No vídeo abaixo é possível ver o fenómeno, numa experiência que envolveu uma gota de etanol (a pequena) e uma gota de água (a grande).
Assim que o líquido que evapora mais rápido encolhe para um tamanho específico, as gotas unem-se e “estouram”.
A equipa sugere que o fenómeno acontece graças a um “efeito Leidenfrost triplo”, segundo o qual as gotas não ficam apenas com uma camada de vapor isolante na superfície da placa quente, mas também entre as duas gotas.
“A dinâmica de ricochete acontece porque as gotas não estão apenas no estado de Leidenfrost com o substrato, também experimentam o efeito Leidenfrost entre elas no momento da colisão”, escreveram os cientistas.
O artigo científico foi publicado este mês na Physical Review Letters.