Novo estudo revela 16.000 anos de história climática nos Andes

Mark Bush

Laguna Llaviucu

Uma equipa de cientistas explorou as temperaturas antigas e os padrões de precipitação no Andes tropicais da América do Sul.

Esta nova investigação marca o primeiro registo de temperatura de alta resolução que abrange os últimos 16.000 anos nos Andes tropicais.

A história climática nesta parte do mundo foi impulsionada pelos níveis de CO2 e pelas correntes oceânicas de eventos climáticos globais.

Num novo estudo, publicado esta segunda-feira na Proceedings of the National Academy of Science, a equipa de cientistas centrou-se na análise de sedimentos da Laguna Llaviucu, um lago localizado no Equador.

“Uma das questões que estamos a colocar é a de saber quais são os fatores determinantes da história da temperatura nesta parte dos trópicos, para que possamos começar a aplicar esses dados em outras regiões tropicais”, diz o primeiro autor do estudo Boyang Zhao, em comunicado.

Foram analisados biomarcadores lipídicos, compostos químicos que fornecem pistas sobre as temperaturas e os padrões de precipitação do passado, e isótopos de hidrogénio recolhidos em 2009.

Segundo o Phys.org, as medições mostraram que as variações de temperatura nos Andes tropicais estavam alinhadas com os eventos climáticos durante estes anos e revelam que o principal fator destas flutuações de temperatura foi a concentração de CO2.

Há cerca de 14.000 a 17.000 anos, as temperaturas dos Andes subiam quando o dióxido de carbono aumentava e as temperaturas mantinham-se constantes há cerca de 12.000 anos, quando os níveis de dióxido de carbono eram relativamente estáveis.

O estudo destaca uma série de diferenças regionais nos padrões de temperatura, como o facto de os Andes tropicais e o Sudeste Asiático terem arrefecido durante certos períodos históricos, enquanto outras regiões, como a África, não o fizeram.

Os fatores locais podem ajudar a contrariar os efeitos globais do aumento dos níveis de CO2, analisando as diferenças entre os modelos de temperatura e os dados sedimentares.

Os investigadores esperam continuar a explorar os padrões de temperatura do passado nesta parte do mundo que, até ao momento, não possui registos climáticos completos.

Soraia Ferreira, ZAP //

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