Novo computador alimentado a ar permite detetar quando dispositivos médicos falham

William Grover / UC Riverside

Dispositivo de deteção da lógica pneumática

Uma equipa de cientistas desenvolveu um método que poderá transformar a forma como se previne os coágulos sanguíneos e acidentes vasculares cerebrais nos doentes.

O novo computador movido a ar monitoriza dispositivos médicos sem depender de sensores eletrónicos, reduzindo os custos dos cuidados de saúde e aumentando a fiabilidade.

Num novo estudo, publicado esta segunda-feira na Device, os investigadores descrevem um computador que utiliza a pressão do ar para detetar falhas em dispositivos de compressão pneumática intermitente (CPI).

Estas máquinas previnem a formação de coágulos sanguíneos, enchendo periodicamente as mangas das pernas para aumentar o fluxo sanguíneo.

“Os dispositivos de CIP podem salvar vidas, mas toda a sua eletrónica torna-os dispendiosos. Por isso, quisemos desenvolver um dispositivo pneumático que eliminasse parte da eletrónica, para tornar estes dispositivos mais baratos e mais seguros”, explica o autor principal do estudo, William Grover.

Segundo o Futurity, o dispositivo funciona segundo princípios parecidos aos dos circuitos eletrónicos, utilizando cálculos de bits de paridade para detetar erros.

Além disso, o dispositivo utiliza diferenças na pressão do ar que flui através de 21 válvulas para contar dígitos binários (uns e zeros). Se for detetado um erro, o computador apita imediatamente, alertando os prestadores de cuidados de saúde para potenciais problemas com o dispositivo CPI.

Este computador apresenta menor custo, maior fiabilidade (o sistema pneumático é menos suscetível a falhas eletrónicas e pode funcionar em ambientes com elevada humidade ou temperaturas elevadas) e dá um feedback imediato quando há um mau funcionamento, melhorando significativamente a segurança do paciente.

Os cientistas esperam utilizar esta tecnologia para criar robôs mais seguros para ambientes perigosos, como silos de cereais, onde as condições explosivas tornam os dispositivos eletrónicos perigosos.

A computação movida a ar comprimido poderá desempenhar assim um papel crucial na próxima geração de dispositivos médicos, melhorar os cuidados de saúde e reduzir os seus custos.

Soraia Ferreira, ZAP //

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