Identificada nova forma genética de Alzheimer

Afinal, gene que aumenta o risco de Alzheimer também pode ser a origem da doença. A importância do APOE4.

Quem tem Alzheimer, ou está próximo de alguém que tem Alzheimer, já terá ouvido falar no APOE4.

Há décadas que o APOE4 foi identificado como um gene que pode aumentar o risco de Alzheimer – entre outros factores de risco.

Mas agora um estudo coloca esse gene noutro nível: não é só um factor de risco; é também a origem em alguns casos.

A análise feita por cientistas espanhóis, que avaliou mais de 3 mil cérebros, sugere que portadores de duas cópias do APOE4 são pacientes de um tipo diferente de Alzheimer, de origem genética.

Os cientistas não têm dúvida: identificaram uma nova forma genética de Alzheimer.

O gene torna-se também uma causa da doença, em casos específicos (duas cópias do gene).

No estudo, praticamente todas as pessoas com a variante dupla tinham Alzheimer.

E mais: estes doentes deverão desenvolver Alzheimer mais cedo do que a média. Ou seja, o gene antecipa o aparecimento da doença.

Juan Fortea, autor principal do estudo, disse que estas descobertas marcam uma distinção com “implicações profundas”.

“Nós propomos um novo conceito de Alzheimer. Até agora, variantes do APOE eram consideradas factores de risco. Mas a nossa sugestão é que o caso dos homozigotos seja inserido na crescente família da doença de Alzheimer geneticamente determinada”.

Estima-se que 15% dos pacientes com Alzheimer sejam portadores de duas cópias da APOE4, o que significa que esses casos “podem ser rastreados até uma causa e a causa está nos genes”, acrescentou Fortea, citado na Associated Press.

Até aqui, pensava-se que as formas genéticas de Alzheimer representavam menos de 1% do total dos casos. Segundo Juan Fortea, entre 2% e 3% da população mundial tem no seu ADN duas cópias do APOE4.

Ponto importante: a equipa de cientistas defende que deve ser feito um teste da duplicação do gene, se uma pessoa de meia-idade começa a apresentar sintomas de demência.

E o especialista reforça a tese: o Alzheimer não é apenas uma doença. Há versões.

ZAP //

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