A morte da escritora Jane Austen, com apenas 41 anos de idade, continua a ser um mistério, sem solução à vista, mas a teoria de que ela pode ter sido envenenada por arsénico ganha força, graças a três pares de óculos que lhe pertenceram.
A teoria de envenenamento por arsénico foi avançada, pela primeira vez, em 2011, pela escritora de ficção policial Lindsay Ashford, com base na estranha pigmentação facial de Jane Austen que faleceu em 1817, com apenas 41 anos de idade.
A ideia ganha agora uma nova força, depois da descoberta de três pares de óculos que terão pertencido à escritora, que foram encontrados por elementos da Biblioteca Britânica de Londres dentro da secretária portátil de Austen, a conceituada autora de livros como “Orgulho e preconceito” e “Sensibilidade e bom senso”.
A secretária, que a escritora usava para escrever os seus livros, foi doada à Biblioteca por familiares de Jane Austen em 1999, e guardava no interior um par de óculos de aro de metal e outros dois pares feitos de concha de tartaruga.
Os óculos foram analisados por uma empresa de óptica que apurou que tinham todos lentes graduadas, mas com graduações diferentes.
Este dado leva o optometrista Simon Barnard, que analisou os óculos, a avançar com a tese de que “talvez, a vista de Austen tenha piorado por causa de envenenamento por arsénico”, segundo explica ao site Live Science.
É sabido que os efeitos tóxicos do arsénico, que no Século XIX se poderia encontrar na água que as pessoas bebiam e em alguns remédios, estão ligados a vários tipos de cancro e, em menor escala, ao desenvolvimento de cataratas.
Perante este dado, a curadora dos arquivos e manuscritos modernos da Biblioteca Britânica, Sandra Tuppen, destaca no blogue da instituição que “se Austen desenvolveu cataratas, a causa mais provável, segundo Barnard, é o envenenamento acidental a partir de um metal pesado como o arsénico”.
“Neste caso, Austen teria trocado o par de aro de metal para o par de concha de tartaruga A, depois para o par B, à medida que as suas cataratas ficavam cada vez piores”, aponta Sandra Tuppen.
A possibilidade é contudo, considerada remota pelos médicos, apesar da associação entre o arsénico e o desenvolvimento de cataratas, um problema de saúde que costuma ser ligado ao envelhecimento.
As diferentes graduações dos óculos podem até não significar nada de especial, se tivermos em conta as limitações da optometria daquele tempo e se partirmos do princípio que a escritora os poderia usar para actividades distintas, ao longo do dia – uns para ver ao longe, outros para ver ao perto, para ler, por exemplo, e os terceiros para tarefas como bordar, que exigem mais precisão da vista.
E também “não sabemos se os óculos lhe foram prescritos por um médico ou se ela os comprou directamente da prateleira”, diz ainda Sandra Tuppen.
O que é certo é que os óculos, que estão em exibição na Galeria dos Tesouros da Biblioteca Britânica, vêm reforçar a curiosidade em torno da escritora – e constituem mais uma peça do puzzle por resolver da sua morte.
Outras teses para o prematuro falecimento de Jane Austen são a doença de Addison, que constitui uma desordem endócrina, cancro ou tuberculose.
E depois? querem apanhar os culpados? Dediquem-se a coisas relevantes
Vê-se que não sabem nada de olhos para fazer estas afirmações! As cataratas são uma opacidade do cristalino que faz com que seja necessário mais luz para ver bem. Pode ter como efeito secundário a dificuldade de ver ao perto, mas esta condição também acontece simplesmente com a idade. Era um pouco nova (41), normalmente começa pelos 45, mas há muita variabilidade na idade onde começa.
Acho que vou chamar a policia pois estou a ser envenenado! Nos últimos 5 anos já mudei 3 vezes a graduação dos meus óculos de ver ao perto!
Este ganhou os seus cinco minutos de fama ao fazer estas afirmações, mas pior é quem lhes deu troco e acreditou o suficiente para publicar na Biblioteca Britânica.