O prémio Nobel da Medicina foi atribuído conjuntamente a David Julius e Ardem Patapoutian pelo seu trabalho na descoberta dos recetores da temperatura e do toque.
“A nossa capacidade de sentir o calor, o frio e o toque é essencial para a nossa sobrevivência e sustenta a interação com o mundo à nossa volta. No nosso quotidiano, damos essas sensações naturais como garantidas, mas como é que os impulsos nervosos são iniciados para que a temperatura e a pressão possam ser percebidas? Esta questão foi resolvida pelos vencedores do Prémio Nobel deste ano”, pode ler-se no comunicado divulgado esta manhã pela academia sueca.
David Julius “utilizou a capsaicina, um composto pungente da malagueta que induz uma sensação de queimadura, para identificar um sensor nas terminações nervosas da pele que responde ao calor”.
Já Ardem Patapoutian “usou células sensíveis à pressão para descobrir uma nova classe de sensores que respondem a estímulos mecânicos na pele e nos órgãos internos”.
Segundo a academia, “estas descobertas inovadoras lançaram atividades de investigação intensas, levando a um rápido aumento na nossa compreensão de como o sistema nervoso deteta o calor, o frio e os estímulos mecânicos. Os laureados identificaram elos essenciais que faltavam na nossa compreensão da complexa interação entre os nossos sentidos e o meio ambiente”.
David Julius nasceu em Nova Iorque, em 1955, e é atualmente professor na Universidade da Califórnia. Ardem Patapoutian nasceu em Beirute, no Líbano, em 1967, mas mudou-se durante a juventude para os Estados Unidos e é agora cientista no Instituto Scripps Research, em La Jolla, também na Califórnia.
ZAP // Lusa