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Nissan vai despedir 20 mil pessoas e fechar 40% das fábricas em todo o mundo

Prejuízo de milhões, queda das vendas na China e efeito das tarifas de Trump conduzem a japonesa a um drástico plano de reestruturação. Mas há dinheiro suficiente, diz empresa.

A empresa automóvel japonesa Nissan anunciou esta terça-feira que vai encerrar sete das 17 fábricas até 2027, no âmbito de um drástico plano de reestruturação.

As medidas de reestruturação vão levar a Nissan a suprimir 20 mil postos de trabalho até 2027, ou seja, 15% dos efetivos da empresa em todo o mundo.

Em novembro do ano passado, a Nissan já tinha anunciado o despedimento dos primeiros nove mil trabalhadores, a nível mundial.

A Nissan está a reduzir 15% da força de trabalho global na sequência de um prejuízo relativo ao ano fiscal que acabou de terminar, sobretudo devido à queda das vendas de veículos na China e em outros mercados.

Segundo a Nissan, as medidas de redução de trabalhadores e fábricas estão incluídas no plano de recuperação que pretendem levar a cabo, nomeadamente ações “decisivas e arrojadas para melhorar o desempenho e criar um negócio mais simples e resistente que se adapte rapidamente às mudanças do mercado”.

“Se esta situação continuar para sempre, pode ser um golpe fatal para a Nissan, no sentido de que ficará sem dinheiro e entrará em incumprimento”, avisava em abril o analista Tatsuo Yoshida.

Tarifas de Trump ajudaram na decisão

O fabricante de automóveis com sede em Yokohama, Japão, disse ainda que as tarifas anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as importações de automóveis também afetaram os resultados.

A empresa japonesa anunciou um prejuízo líquido anual de 671 mil milhões de ienes (4,1 mil milhões de euros) no exercício financeiro de 2024-2025, principalmente devido aos custos de reestruturação.

O grupo não publicou quaisquer previsões para o próximo exercício financeiro de 2025-2026, marcado por uma grande incerteza em relação às eventuais tarifas norte-americanas.

O diretor financeiro da Nissan, Jeremie Papin, disse aos jornalistas que o fabricante de automóveis japonês enfrenta “sérios desafios” para conseguir reverter a situação, mas sublinhou que tem dinheiro suficiente para a execução dos planos.

ZAP // Lusa

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