Negócio S. Geraldo (ou como “deitar ao lixo meio milhão de euros”)

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Joseolgon / wikimedia

Fachada degradada do antigo Cinema S. Geraldo, em Braga.

Fachada do antigo Cinema S. Geraldo, em Braga.

A Câmara de Braga arrendou, em meados de 2017 e por um prazo de 10 anos, o antigo cinema S. Geraldo, pagando mensalmente 12.500 euros à arquidiocese, proprietária do edifício. Já foram para “o lixo” cerca de meio milhão de euros e “para nada”, acusa o PS local.

O vereador do PS na Câmara de Braga, Adolfo Macedo, considerou que o negócio envolvendo o antigo Cinema S. Geraldo é “uma espécie de plataforma giratória de transferência directa de dinheiro público para a arquidiocese” de Braga.

Até agora, a Câmara “já deitou ao lixo cerca de meio milhão de euros, para nada”, defendeu o vereador socialista na reunião quinzenal do executivo.

O presidente da Câmara, Ricardo Rio, acusou Adolfo Macedo de “pouca seriedade” na forma como se tem referido ao dossiê, sublinhando que “os projectos têm diferentes etapas”, que têm vindo a ser cumpridas.

Em 2017, quando a autarquia decidiu avançar para a compra do antigo cinema, foi “sensível” aos apelos da população, para evitar que o edifício caísse nas mãos de privados, sublinhou ainda Ricardo Rio.

A Câmara de Braga arrendou, em meados de 2017 e por um prazo de 10 anos, o antigo cinema S. Geraldo, pagando mensalmente 12.500 euros à arquidiocese, proprietária do edifício.

Após esses 10 anos, a autarquia tem uma opção de compra sobre o cinema São Geraldo que foi a primeira sala de cinema de Braga, tendo sido inaugurado em 1950.

“Há seis anos e um mês sem nada acontecer”

A intenção da Câmara é ali instalar o Media Arts Center, mas até à data a obra ainda não avançou.

Estamos há seis anos e um mês sem nada acontecer. Entretanto, estamos a deitar dinheiro fora todos os meses”, apontou Adolfo Macedo.

O vereador socialista disse ainda que a opção de compra que consta do contrato “é uma ilusão“, já que “depende sempre da vontade e da licença da Santa Sé“.

Assim, Adolfo Macedo desafiou a Câmara a comprar o edifício “imediatamente”.

Ricardo Rio respondeu que já abordou o novo arcebispo de Braga, José Cordeiro, sobre a eventual compra e que este se manifestou “disponível para conversar”.

Sobre o arredamento, o autarca adiantou que a intenção foi mesmo resgatar o edifício do interesse privado, sublinhando que na altura “não havia projecto nem uma única página escrita” sobre o destino a dar ao imóvel.

Quanto ao valor da renda, é “perfeitamente justo” face às condições do mercado imobiliário, destacou também Ricardo Rio.

Segundo o autarca, até ao final deste ano será lançado o concurso público para a obra de recuperação do antigo cinema, que deverá significar um investimento de cerca de cinco milhões de euros.

ZAP // Lusa

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4 Comments

  1. É isto que não entendo… Ou entendo!
    Que pais é este em que o presidente na camara pode produzir este tipo de afirmações a fazer de nós todos parvos?
    Logicamente que um negócio em que se está a pagar Eur 12.500,00 por mês, há seis anos e meio, sem nada fazer é um atentado aos cofres da autarquia e, atendendo a que a mesma não é autossuficiente e necessita de dirnheiros do cofre central, aos cofres do Estado.
    Isto só acontece porque estes senhores são inimputáveis! Se o Sr. Presidente da Camara tivesse de responder por este dinheiro, não faria isto. e a igreja católica, mais uma vez, “mama” na teta do estado em compadrio e ao abrigo de um grande esquema de favores. Não há penitência que resista!
    Tenham vergonha e respeitem quem trabalha.

  2. Qualquer um pode ser presidente da câmara e quanto mais chico esperto melhor.
    Gerir o dinheiro dos outros é uma maravilha… para os bolsos de alguns.

  3. Os intelectuais de esquerda exigiram que a câmara adquirisse o velho cinema. Agora acusam a câmara de gastar dinheiro à toa. Mais valia terem deixado o emplastro cair de podre! Ficava mais barato, mas quem aturaria os esquerdistas que acham que tudo deve ser convertido em centros culturais? Esse Adolfo Macedo é o mesmo que comparou o STOP ao Mosteiro da Batalha. Está tudo dito.

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