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NASA “cozinha” atmosferas alienígenas na Terra

NASA

Uma equipa de cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL), localizado na Califórnia, conseguiu criar uma atmosfera na Terra que se assemelha a um tipo especial de planetas extrasolares, os “Júpiteres quentes”. 

Um exoplaneta orbita não o Sol, mas antes outras estrelas. Por sua vez, os “Júpiteres quentes” orbitam em volta das suas estrelas numa distância relativamente curta, sendo o seu período de rotação de apenas apenas 10 dias.

A proximidade destes planetas com as estrelas quentes faz com que as temperaturas nas suas atmosferas sejam muito elevadas, entre 530 e 2.800 graus Celsius, de acordo com um comunicado do JPL publicado esta semana na sua página oficial.

As atmosferas destes planetas também têm outra qualidade: são muito nebulosas mesmo em grandes altitudes e em condições de baixa pressão, quando as nuvens não se devem formar. Para explicar a sua aparência, os especialistas da NASA decidiram “cozinhar” atmosferas semelhantes nos seus laboratórios. No fundo, e tal como escrevem na nota de imprensa, estão a “cozinhar atmosferas alienígenas na Terra”.

Para a instigação, a equipa misturou hidrogénio e monóxido de carbono – elementos muito comuns no Universo e que podem fazer parte da composição da atmosfera destes planetas -, aquecendo depois os elementos num forno de elevada temperatura (330 a 1.230 graus Celsius). Depois de aquecidos, foram expostos a uma elevada dose de radiação ultravioleta. Enquanto o aquecimento da mistura não produziu resultados, a radiação ajudou a produzir a névoa.

“Embora seja impossível simular em laboratório de forma exatas estes ambientes hostis de planetas extrasolares, podemos aproximar-nos muito”, explicou Murthy Gudipati, líder de investigação e autor principal do estudo cujos resultados foram publicados no fim de janeiro na revista especializada The Astrophysical Journal.

Para Benjamin Fleury, do mesmo laboratório, os resultados conseguidos com esta investigação melhoram a forma como os cientistas interpretam as atmosferas nebulosas dos “Júpiteres quentes” atualmente.

Segundo Fleury, a equipa pretende continuar a estudar as partículas que “moram” na atmosfera destes exoplanetas, de forma a melhor “entender melhor como se formam, como absorvem a luz e como reagem às mudanças do ambiente”.

“Toda esta informação pode ajudar os astrónomos a perceber o que estão a ver quando observam estes planetas”, rematou o cientista.

ZAP //

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