“Não tenho problema em ir para casa” – e foi mesmo, no dia seguinte

Asociación Paraguaya de Fútbol

Eduardo Berizzo em conferência de imprensa

Eduardo Berizzo, seleccionador do Paraguai, disse que não teria que receber qualquer indemnização, se fosse demitido. E foi.

O percurso de qualificação para a fase final do Mundial 2022 não está propriamente famoso para os lados do Paraguai. Ocupa o oitavo lugar, embora a apenas quatro pontos da zona de qualificação, mas só ganhou duas vezes em 12 jornadas.

Nos últimos 10 jogos, o Paraguai só venceu um e o seu seleccionador, Eduardo Berizzo, estava a ser criticado pelos adeptos e pela imprensa.

Se tiver que sair, sai, admitiu o próprio técnico, antes do jogo com a Bolívia: “Não tenho problema nenhum em ir para minha casa. Nem quero que me paguem“.

“Não há qualquer problema com o meu contrato. Saberei o que fazer no momento certo. A federação não me deve nada: não tenho cláusula de rescisão, não têm que me pagar nada se me quiserem despedir”, atirou o antigo internacional argentino.

Berizzo acredita que a questão principal é outra: “O problema não sou eu. O problema é confiar no Paraguai, confiar em nós e não nos auto-destruirmos. O resto não é problema, posso ir para casa. A questão económica não interessa nada, aqui”.

O seleccionador aproveitou esta conversa com os jornalistas para pedir: “Que se sintam paraguaios e que confiem na selecção. O problema, às vezes, é a energia que nos rodeia, porque há frustração relacionada com os dois últimos Mundiais (nos quais o Paraguai não esteve). Mas pensar negativo não vai mudar nada“.

“Temos que lutar como lutam todos os outros. Quero que o Paraguai vá ao Qatar. Comigo ou sem mim!”, exclamou o seleccionador.

Demissão confirmada

Convém reforçar que estas palavras foram ditas antes do jogo com a Bolívia. Entretanto a partida já foi realizada e a Bolívia ganhou por 4-0 (a maior goleada de sempre conseguida pela Bolívia diante do Paraguai, em jogos oficiais).

Pouco depois do jogo, a Federação de Futebol do Paraguai anunciou a saída de Eduardo Berizzo, que liderava a selecção sul-americana desde Fevereiro de 2019.


Nuno Teixeira, ZAP //

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