E se fôssemos imortais? Um novo estudo sobre a esperança de vida diz que não há motivos para pensar que não o seremos.
A ideia de que é possível atingirmos a imortalidade não é nova. Um dos seus defensores é o investigador português João Pedro de Magalhães, professor de biogerontologia molecular, que sustenta que o limite humano de idade é de 20.000 anos.
Agora, um novo estudo sobre a esperança de vida diz que não há motivos para pensar que não seremos imortais.
Segundo o El Confidencial, os cientistas que elaboraram esta teoria contradizem a teoria clássica de que a vida está sujeita a um limite biológico temporal. Realçam os avanços médicos, sociais e tecnológicos.
A esperança de vida continua a aumentar em todo o mundo e um novo estudo, publicado na plataforma bioRxiv, aponta que não há nenhuma prova empírica de que o organismo humano tenha um limite natural de longevidade, o que levanta um cenário em que viver indefinidamente não seria, pelo menos do ponto de vista biológico, impossível.
A investigação foi elaborada pelo Grupo de Ecologia Evolutiva Humana da Universidade de Zurique, que utilizou dados da Human Mortality Database para analisar a evolução da longevidade em 41 países.
De acordo com os seus cálculos, os homens ganharam em média 1,96 anos por década entre 2000 e 2020, o que praticamente iguala o ritmo de crescimento observado desde 1840.
No caso das mulheres, embora o número tenha sido um pouco menor —1,45 anos por década —, a progressão não parou. Na verdade, o estudo antecipa que a média de vida feminina chegará aos 100 anos antes do ano 2063, se a evolução observada se mantiver.
Este comportamento linear ao longo do tempo contradiz a crença de que a biologia impõe um limite inevitável ao envelhecimento. “Esta evolução prolongada desde 1940 é surpreendentemente estável e não parece haver sinais de estagnação biológica”, afirmam os investigadores, que insistem que não há nenhuma barreira natural intransponível à vista.
Um dado importante do relatório é a mudança constante dos países que lideram o ranking de longevidade. Nas últimas duas décadas, o país com maior esperança de vida masculina mudou seis vezes, enquanto a liderança feminina mudou quatro vezes. Este fenómeno, segundo os autores, demonstra que o progresso não está restrito a algumas nações desenvolvidas.
Para ilustrar esta ideia, os cientistas recorrem a analogias com outros setores. “Nem a melhoria dos microchips, nem a eficiência dos motores ou o nível do ténis profissional dependem de que os líderes sejam sempre os mesmos. Com a longevidade acontece o mesmo”, explicam.
Cada nação pode desempenhar um papel fundamental em diferentes momentos históricos, impulsionando avanços médicos, tecnológicos ou sociais que beneficiem a sua população.
Este trabalho de investigação já gerou um amplo debate académico, visto que questiona a noção generalizada de que todo o crescimento vital tem um fim pré-estabelecido pela biologia.
No entanto, os autores sustentam que não se deve assumir a sua existência simplesmente porque a esperança de vida deixou de crescer ao ritmo das décadas anteriores, como indicam alguns estudos.
Na verdade, insistem que os avanços médicos, sociais e tecnológicos podem continuar a surgir em diferentes regiões e momentos.
Até um recluso com pena de prisão perpétua deverá sonhar que um dia será livre… Mesmo com os avanços e que eventualmente se prolongue a vida, isso não estará acessível a qualquer um… por alguma razão aqui no Burgo 20% dos trabalhadores ganham o salário mínimo, em 2012 era 10%, em 2007 6%, em 2040 quem sabe 40% a trabalhar sem reforma até bater a bota. Isso nunca irá beneficiar uma população mas sim um número restrito e selectivo de individuos.