O “não é não” do PS: entre dois Orçamentos e aumentos adiados

Se a exigência de Pedro Nuno só se confirmar em 2025, o Orçamento do Estado será chumbado – mesmo com essa medida.

O Partido Socialista (PS), afinal, pode viabilizar um Orçamento do Estado apresentado pelo Governo da Aliança Democrática (AD). Um Orçamento rectificativo, é certo, mas poderá passar.

A surpresa foi anunciada na terça-feira passada, por Pedro Nuno Santos, depois do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa.

O secretário-geral do PS manifestou-se disponível para viabilizar um Orçamento rectificativo da AD limitado a “matérias de consenso”, referindo-se à valorização das grelhas salariais de alguns grupos profissionais da administração pública.

Mais concretamente, subidas de salários de professores, forças de segurança, profissionais de saúde” e oficiais de justiça – tudo até ao início do Verão deste ano.

Se essa medida for aplicada, mas só em 2025, o Orçamento do Estado para esse ano (que deve ser apresentado em Outubro de 2024) vai levar um “não” do PS.

Esse é o “não é não” dos socialistas, destaca o jornal Público, recordando a mesma expressão utilizada por Luís Montenegro, mas sobre a não inclusão do Chega no Governo.

Não vai mesmo aprovar um Orçamento totalmente elaborado pela AD – Pedro Nuno Santos já tinha dito que é “praticamente impossível” aprovar Orçamentos da direita nos próximos anos. Só uma guerra, ou um Governo de “unidade nacional”, iria mudar isso, avança o jornal.

Nos bastidores do PS, altos dirigentes já terão decidido que não vão ceder a esta espécie de chantagem, caso esse adiamento se confirme.

O PS já se prepara para acusar o Governo AD de “fazer jogo político com os funcionários públicos”, se as subidas salariais não acontecem nos próximos meses.