O Museu de Arte de Baltimore, nos Estados Unidos, decidiu que os curadores de uma próxima exposição vão ser as pessoas que, embora passem despercebidas, provavelmente passam mais tempo a olhar para as obras de arte: os seguranças.
Tal como conta a cadeia televisiva CNN, a exposição “Guarding the Art” (algo como “Proteger a Arte” em Português) deverá abrir em março de 2022 e irá reunir uma seleção de obras de arte escolhidas por 17 funcionários.
Desta forma, a exibição pretende mostrar as “diferentes perspetivas no seio da hierarquia do museu”, disse a curadora e historiadora de arte Lowery Stokes Sims, que ajudou a desenvolver o projeto.
“Os seguranças protegem a arte, interagem com os visitantes e veem as suas reações, uma coisa a que a maioria dos funcionários do museu não tem acesso a partir dos seus escritórios”, explicou.
“Fiquei impressionada e comovida com os argumentos extraordinariamente pessoais e convincentes que cada um deles apresentou para as suas escolhas, algo muito diferente da abordagem intelectual e filtrada que qualquer curador experiente teria”, acrescentou.
Por exemplo, conta a cadeia televisiva, o segurança Ricardo Castro escolheu uma série de esculturas pré-colombianas “para poder incluir um pouco da sua cultura porto-riquenha-americana na exposição”.
Já Dereck Mangus selecionou um quadro de um pintor autodidata local chamado Thomas Ruckle, intitulado “Casa de Frederick Crey”, que retrata parcialmente a
Coluna de Washington, a casa histórica do fundador dos EUA, George Washington.
“Estou impressionada com a devoção e investimento que estão a pôr neste projeto. Vai ser interessante para o público ver que pode existir uma multiplicidade de vozes curatoriais nas grandes instituições”, concluiu.