Construção de mais de 10 mil anos e 971 metros de extensão teria sido usada para caça de animais — é um dos mais antigos vestígios de uma obra humana na região.
Investigadores anunciaram, em estudo publicado no PNAS este mês, a descoberta de uma muralha de pedra no Mar Báltico com mais de 10 mil anos e 971 metros de extensão no extremo norte da Alemanha, localizada à altura entre as cidades de Rostock e Rerik, no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental.
Trata-se, segundo o grupo, dos mais antigos vestígios de uma construção humana na região e de um achado incomparável a nível europeu. A muralha é formada por 1.673 pedras, a maioria com menos de 100 kg, e cujo tamanho varia entre uma bola de ténis e uma bola de futebol, empilhadas de forma organizada entre algumas rochas.
Ainda segundo o comunicado do Instituto Leibniz de Pesquisa Marinha em Warnemünde, pela Universidade de Rostock e pela Universidade Christian-Albrechts em Kiel, instituições responsáveis pela descoberta, a obra tem pouco menos de 1 metro de altura e até 2 metros de profundidade, e está a 21 metros do nível do mar.
A idade do muro não pôde ser determinada com precisão, mas os cientistas afirmaram que havia bosques na região há aproximadamente 9.800 anos.
Um dispositivo de caça
Acredita-se que a construção tenha sido feita por humanos que viviam da caça. A região ainda não tinha sido inundada pelo Mar Báltico naquela época, como explicam os investigadores.
Batizada de Muro de Blinker, a obra pode ter servido para encurralar e abater renas próximas ao lago, técnicas de caça semelhantes a outras já detetadas previamente.
A estrutura de pedra foi descoberta por acaso em setembro de 2021 durante levantamentos cartográficos. Segundo os cientistas, teria desaparecido com a subida do nível do mar após a última era do gelo, há 8.500 anos.
“Foi um pouco inesperado,” disse Jacob Geersen, geofísico marinho na Universidade de Kiel, na Alemanha, à Live Science. “Não procurávamos a estrutura porque não sabíamos que ela estava lá. Mas resolvemos isso no fundo do mar a partir dos nossos dados de ecobatimetria multifeixe.”
ZAP // DW