Mulher foi violada num sofá do Parlamento, confirma juiz. O caso que chocou a Austrália

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AUSWHN

Brittany Higgins foi violada em 2019 no gabinete da Ministra da Defesa.

Justiça para Brittany Higgins, cinco anos depois de ter sido violada no Parlamento australiano. Recordemos as várias facetas do julgamento mais mediático do país.

Abalado, em 2021, por várias acusações de violação, com uma antiga funcionária, Brittany Higgins, a afirmar ter sido violada em 2019, no gabinete parlamentar da ministra da Defesa agora substituída, queixando-se de não ter tido então apoio das chefias, o Governo australiano sofreu uma grande remodelação.

Esta segunda-feira, passados três anos, um juiz federal decidiu que Brittany estava a dizer a verdade.

Em 2021, a ex-funcionária política deu várias entrevistas a explicar o que lhe tinha acontecido. Num sofá do Parlamento australiano, no gabinete da sua chefe, legisladora e na altura Ministra da Defesa Linda Reynolds, tinha sido violada dois anos antes por um colega do Parlamento, Bruce Lehrmann.

A alegação deu origem a um julgamento criminal, processos civis, alterações na lei australiana e enormes protestos contra a violência de género.

O julgamento mediático culminou agora com uma decisão num processo de difamação movido pelo agressor contra uma jornalista Lisa Wilkinson, e o canal de televisão, Network 10, que tinha transmitido, de acordo com o The Washington Post, a história de Higgins.

O caso foi tão mediático no país que um dos canais que acompanhou o caso, a Seven Network, foi acusado de oferecer drogas e serviços sexuais a Bruce Lehrmann para garantir uma entrevista. O próprio Lehrmann disse ter recebido um ano de aluguer no valor de cerca de 65 mil dólares (61 mil euros) do canal, que nega tudo.

Em 2022, o abusador foi acusado de cometer relações sexuais sem consentimento. O caso foi abandonado por má conduta do júri e não voltou a ser reaberto.

Por cima disto tudo, o procurador-geral do país era também acusado de violação.

Christian Porter, na época com 50 anos, foi acusado de violar em 1988 uma adolescente, uma alegação arquivada por falta de provas, após a morte da alegada vítima em 2020, que se suicidou no ano passado, sem nunca apresentar formalmente queixa.

Porter, que tinha 17 anos à data da alegada violação, disse que conheceu a jovem numa competição de debates entre estudantes e que não voltou a vê-la desde janeiro de 1988, negando as acusações.

Uma análise do governo australiano concluiu, no mesmo ano, que cerca de metade dos funcionários do Parlamento inquiridos tinham sido intimidados, assediados sexualmente ou agredidos sexualmente num contexto de trabalho.

ZAP //

1 Comment

  1. O sofá devia ser confortável.
    Violada no parlamento contra vontade!!!?
    “Só contaram pra você “
    “Tem pai que é cego “
    – Jô Soares-

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