Uma espanhola, convertida ao islamismo, foi detida em Arrecife de Lanzarote, nas ilhas Canárias, e acusada de radicalização e de recrutar meninas e adolescentes, facilitando a viagem para a Síria para se juntarem ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).
De acordo com o Ministério do Interior espanhol, a detida mantinha contacto directo com “um importante facilitador” do EI na Síria, de quem recebia as instruções para cumprir a missão, como a organização das viagens de mulheres para ingressarem nas fileiras daquela organização radical.
Quando chegavam ao local eram “exploradas sexualmente”, trabalhavam em tarefas domésticas e de apoio hospitalar e como “polícia de costumes”, fiscalizando o cumprimento, pelas mulheres, da sharia (lei islâmica), explicou o ministério em comunicado.
Um grupo reduzido destas menores era integrado nas fileiras de combate do EI, indicou.
A detida era uma espanhola residente na capital de Lanzarote, que tinha funções muito definidas: angariar e radicalizar as menores e facilitar a viagem, com rotas e medidas de segurança para não serem detetadas até chegarem ao destino.
No mesmo comunicado, o Ministério do Interior indica que a operação continua a decorrer, estando a ser realizada por agentes do departamento de informações da polícia espanhola, em colaboração com a polícia das Canárias e a brigada provincial de informações de Málaga, sob a coordenação geral do Juizado Central nº 1 e do Ministério Público da Audiência Nacional (tribunal com jurisdição em todo o território espanhol).
Mais de 40 pessoas foram detidas, desde o início do ano, em Espanha por alegada colaboração com o EI, principalmente por recrutarem e enviarem combatentes para as zonas controladas pelos terroristas.
Esta é a primeira detenção nas Canárias, já que a maioria ocorreu na Catalunha, Ceuta e Melilla.
A atual operação decorre na sequência das iniciadas em Agosto e Dezembro do ano passado, em Ceuta, Melilla, Barcelona e também em Marrocos, e que durante as quais foram detidas dez pessoas, de acordo com o ministério do Interior espanhol.
O comunicado refere que estas operações antiterroristas da polícia espanhola impediram a captação efetiva de um elevado número de mulheres pelas redes jihadistas, para serem enviadas para zonas controladas pelo EI.
No sábado, em Barcelona, a polícia espanhola deteve um homem de nacionalidade marroquina, acusado de fazer propaganda jihadista nas redes sociais.
No domingo, o ministro do Interior espanhol, Jorge Fernandez Diaz, afirmou que 116 espanhóis integraram as fileiras do EI ou da rede terrorista Al-Qaida.
/Lusa