Mossad entra no Irão e captura chefe de “célula terrorista” com a ajuda do Chipre e EUA

Os serviços secretos israelitas Mossad revelaram esta quinta-feira ter efetuado recentemente uma operação em território do Irão, onde capturaram o chefe de uma “célula terrorista” iraniana.

Yusef Shahabazi terá revelado preparativos de ataques contra objetivos israelitas e judeus no Chipre. O chefe da célula teria planos para matar empresários israelitas em território cipriota, estado membro da UE desde 2004.

“Numa operação antiterrorista em solo iraniano, a Mossad capturou o chefe de uma célula, que forneceu aos seus investigadores uma informação detalhada que permitiu o desmantelamento da célula”, asseguraram os serviços secretos judaicos.

A informação terá sido entregue aos serviços de segurança cipriotas, que desmantelaram a célula iraniana, com a Mossad a prometer que “continuará a tomar medidas decididas para evitar ataques contra judeus e israelitas em todo o mundo”.

No domingo, os ‘media’ cipriotas informaram sobre os preparativos de um ataque, frustrado pelos serviços secretos locais com alegada colaboração de Israel e Estados Unidos, e atribuíram-no ao Corpo da Guarda Revolucionária do Irão, considerado “organização terrorista” por Washington e diversos países.

A revelação é considerada muito rara pelo facto de a Mossad geralmente atuar com o máximo secretismo e quase nunca revelar as suas operações no estrangeiro. A Mossad divulgou inclusive um vídeo em que Shahabazi confessa detalhes sobre a sua deslocação a Chipre e planos para cometer um assassinato.

Shahabazi confessa ter recebido ordens diretamente do Corpo da Guarda Revolucionária do Irão para estudar o alvo e fotografar a sua casa no Chipre. Depois de ser alertado para o facto de a polícia estar à sua procura, abandonou a ilha do Mediterrâneo para regressar ao Irão.

Não é claro se o sujeito, raptado pelas forças de segurança israelitas, está ou não a ser forçado a apresentar tal confissão.

Guerra encoberta pode atingir Chipre e Grécia

Israel e Irão mantêm uma guerra encoberta que inclui ciberataques, supostos assassinatos e sabotagens a barcos e instalações nucleares iranianas, apesar de nenhum dos países ter reconhecido publicamente estas ações.

O Irão, arqui-inimigo de Israel, denunciou no passado diversos grupos e operações vinculadas à Mossad, e também acusou Israel de efetuar assassinatos e ações que mataram cientistas nucleares e responsáveis militares em território iraniano.

O Conselho de Segurança Nacional de Israel advertiu este ano que Chipre e a Grécia são países onde podem registar-se ataques a judeus e israelitas.

O Estado judaico também tem atacado desde há vários anos posições militares iranianas ou de milícias aliadas na Síria para tentar contrariar a sua presença na região.

ZAP // Lusa

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